Com todos os sinais claros de uma disputa apertada pelo Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro encaram o debate desta noite, a partir das 21h30, na TV Globo como decisivo. Pauta de costumes, corrupção, pandemia, todos esses temas e outros marcaram os últimos confrontos e tendem, naturalmente, a aparecer hoje. Mas os dois lados têm um objetivo absolutamente prioritário: falar do que mexe com a vida do eleitor.
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Nos bastidores das duas campanhas, a economia entra como ponto fundamental da estratégia. Lula deve explorar ao máximo a polêmica sobre o projeto que desvincula o salário mínimo da inflação, discutido internamente pela equipe de Paulo Guedes e revelado pelo jornal Folha de S. Paulo.
Há o entendimento, na campanha petista, de que esse assunto foi decisivo para estancar a tendência de alta de Bolsonaro que surgiu nas pesquisas após o primeiro turno. Junta-se a isso outro estudo do governo, que avalia acabar com os descontos de gastos com saúde e educação no Imposto de Renda. Basicamente, trata-se de mostrar o governo Bolsonaro como eleitoreiro, que distribuiu benesses antes da ida às urnas e já se prepara para jogar essa conta nos trabalhadores uma vez eleito.
Esse é de fato um ponto de preocupação no time bolsonarista. Até por isso o presidente tende a pintar um céu de brigadeiro parecido com o que marcou seu último programa na propaganda eleitoral na televisão: um governo que arrumou as contas públicas e trabalhou para proteger os mais vulneráveis, com Auxílio Brasil, redução do preço dos combustíveis, geração de empregos. Isso tudo acompanhado do discurso de que Lula quebrou o país.
É claro, deve haver espaço também para algumas das polêmicas que marcaram as últimas semanas, de meninas venezuelanas a tiroteio protagonizado por Roberto Jefferson. Mas os dois candidatos sabem que aquele eleitor que se pauta por questões ideológicas já se decidiu há algum tempo. Daí a necessidade de priorizar o eleitor pragmático.
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