Um homem foi assassinado e seu executor, antes de atirar, gritou o nome do presidente Jair Bolsonaro. A vítima era ligada ao PT. Mais precisamente, era um dirigente partidário. Que comemorava seu aniversário com uma decoração temática em homenagem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O bolsonarista atirou, o aniversariante revidou.
É uma notícia para lá de incômoda para um presidente que já falou em “fuzilar a petralhada”. Bolsonaro, então, fez uma postagem repudiando atos de violência e rejeitando o apoio de pessoas que venham a cometê-los. “Dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores”, escreveu. Poderia ter parado por aí. Mas, não.
O presidente achou de bom tom emendar um ataque à esquerda como um todo. Listou uma série de atos violentos. Como se este fosse o momento para uma grande competição sobre quem agride mais, quem bate mais, quem mata mais. Porque, no fim do dia, o que as postagens do presidente demonstram é que a prioridade não era repudiar a violência. Era apenas revidar as falas de quem ousasse associar seu nome a esse trágico episódio.
+Leia mais: Após assassinato, Bolsonaro ataca esquerda por ‘atos violentos’