Não há meio-termo para combustíveis que não seja uma derrota para Haddad
Lula fez reunião para tratar do tema nesta manhã, mas ainda não bateu o martelo sobre desoneração herdada de Bolsonaro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta manhã com o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, e com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, numa primeira tentativa de resolver o imbróglio sobre a desoneração dos combustíveis. A conversa foi “boa”, segundo o ministro, mas não teve martelo batido. A previsão é de que mais reuniões sobre o assunto ocorram até o fim do dia, para que Lula decida, então, se continua ou não segurando artificialmente o preço nas bombas.
Mas, enquanto o PT embarca numa queda de braço com a equipe econômica, a alternativa colocada sobre a mesa é a de um meio-termo. Desde a semana passada, a ideia de uma desoneração parcial dos combustíveis circula dentro do governo, como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo. Seria uma forma de aliviar o impacto na popularidade do presidente e na inflação, sem que o ministro da Fazenda saia desmoralizado das discussões.
Haddad e sua equipe já defendiam o fim da desoneração desde o início do novo governo. O ministro já foi derrotado uma vez. E seria muito ruim ser derrotado de novo, ainda mais depois que a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, foi na sexta-feira às redes sociais para defender que a desoneração seja mantida. Se prevalecer o meio do caminho, ainda assim, será uma derrota para Haddad.
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