As revelações feitas pela capa de VEJA desta semana ajudam a jogar por terra todo o esforço feito pelo presidente Jair Bolsonaro desde o ano passado, para se blindar do que todo mundo já diz há tempos nos corredores de Brasília. As mensagens reveladas pela revista envolvendo o senador Marcos do Val colocam o ex-presidente como protagonista de um movimento golpista, cujos desdobramentos vão desde a tentativa frustrada do PL de contestar o resultado das urnas até os atos violentos que depredaram a capital federal em 8 de janeiro.
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Diante da repercussão estrondosa do caso, Marcos do Val passou a falar em desabafo. Tentou mudar a versão e até recuou da decisão anunciada de renunciar ao mandato de senador. Mas chama a atenção o fato de o parlamentar dizer que a desistência de abrir mão do cargo ocorreu após apelos até mesmo dos filhos do ex-presidente, Flávio e Eduardo Bolsonaro.
A conclusão óbvia para bom entendedor é que o senador e o deputado tentam minimizar o estrago. Esperam trazer Marcos do Val de volta para o clube bolsonarista, quem sabe com uma filiação ao PL. Uma forma de tentar evitar que ainda mais faíscas atinjam o ex-presidente, que segue tentando se proteger nos Estados Unidos.
Fato é que as mensagens reveladas por VEJA dão materialidade ao que disse recentemente o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, em entrevista ao jornal O Globo: que não faltava gente no entorno do ex-presidente com uma minuta golpista em casa, como aquela encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Deixando evidente que nem ele próprio, nem Bolsonaro agiram para estancar tais articulações.
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