Está prevista para 2019 a entrega do edifício mais alto do mundo, o Kingdom Tower, na Arábia Saudita. Ele vem sendo construído desde 2013 na cidade de Jedá, na costa do Mar Vermelho. O prédio, de um quilômetro de altura, terá seu topo acima das nuvens, numa paisagem digna de janelinha de avião. Tudo nele será grandioso: os 167 andares comportarão hotel, flats, escritórios e residências. O mirante do 157º andar terá uma redoma de vidro para se apreciar a vista e 59 elevadores se deslocarão a dez metros por segundo.
Mas mais do que atender aos milionários do Oriente Médio, o intuito do Kingdom Tower é desbancar o Burj Khalifa, edifício que desde que ficou pronto, em 2010, detém o título de mais alto do mundo. Ele mede 828 metros e fica em Dubai, nos Emirados Árabes, com 163 andares de uso misto (hoteleiro, corporativo e residencial). O apreço dos países da Ásia por edifícios gigantescos não é novidade: China, Japão, Malásia e Coreia do Sul também figuram na lista dos maiores arranha-céus do planeta e a cada década a disputa é encabeçada ora por uns e ora por outros.
Embora em proporções menores, há no Brasil um reduto dessa arquitetura megalomaníaca asiática. É o Balneário Camboriú, no litoral norte de Santa Catarina, onde ficam cinco dos dez edifícios mais altos do país, incluindo tanto os que já estão prontos quanto em fase de construção. O número um da lista brasileira é o residencial One Tower, ainda em obras, de frente para o mar de Balneário Camboriú. Com 280 metros de altura e 77 andares, ele já ocupa a 331ª posição entre os prédios mais altos do do mundo.
No balneário catarinense, a legislação não limita a altura dos prédios, mas apenas a quantidade de apartamentos ou a taxa de ocupação. Assim, surgem construções altíssimas com uma ou duas residências por andar, a maioria na parte mais próxima da orla. Não à toa, corretores imobiliários costumam levar seus potenciais clientes para uma voltinha de helicóptero. O resultado desse apinhamento é uma extensa sombra na faixa de areia e a restrição das correntes de ar marítimas. Se já é assim hoje, imagine daqui a três anos, quando serão entregues o segundo, o terceiro e o quarto edifícios mais altos do Brasil, todos eles no Balneário Camboriú. E todos eles residenciais, uma exceção entre os prédios desse porte, que costumam ser corporativos ou de uso misto.
João Pessoa, capital paraibana, também entrará para a lista dos espigões em 2017, quando ficará pronto o Tour Geneve. São Paulo e Rio de Janeiro continuarão no ranking graças a obras altíssimas com mais de trinta anos de idade — caso dos edifícios Palácio W. Zarzur, Edifício Itália e Rio Sul Center. O levantamento foi feito a partir de dados do CTBUH (sigla, em inglês, para Conselho de Edifícios Altos e Habitação Urbana, um banco de dados mundial para construções verticais). Abaixo, a lista dos dez mais brasileiros, que também pode ser consultada aqui.
Os prédios mais altos do Brasil:
(prontos ou em construção)
1º) One Tower
Balneário Camboriú (SC)
280 metros, residencial, em obras
2º) Infinity Coast Tower
Balneário Camboriú (SC)
237 metros, residencial, em obras
3º) Boreal Tower
Balneário Camboriú (SC)
220 metros, residencial, em obras
4º) Sky Tower
Balneário Camboriú (SC)
210 metros, residencial, em obras
5º) Tour Geneve
João Pessoa (PB)
182 metros, uso misto (residencial, lojas e escritórios), em obras
6º) Palácio W. Zarzur
São Paulo (SP)
170 metros, corporativo, entregue em 1967
7º) Alameda Jardins Residence
Balneário Camboriú (SC)
170 metros, residencial, em obras
8º) Edifício Itália
São Paulo (SP)
165 metros, corporativo, entregue em 1965
9º) Rio Sul Center
Rio de Janeiro (RJ)
163 metros, corporativo, entregue em 1982
10º) Altino Arantes
São Paulo (SP)
161 metros, corporativo, entregue em 1947
Por Mariana Barros
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