Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana

Balanço Social

Por Andréia Peres Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Um olhar diferente para as desigualdades do Brasil
Continua após publicidade

Eleições 2024 e os desafios na área da infância e da adolescência

Movimento da sociedade civil lança documento defendendo a revisão da gestão e da estrutura administrativa municipal para priorizar crianças e adolescentes

Por Andréia Peres 28 Maio 2024, 09h10
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O Brasil tem 48.734.558 crianças e adolescentes de até 18 anos, praticamente um quarto da nossa população (24%) e o equivalente a quase cinco vezes a população de Portugal. Apesar de estarem sempre presentes nas campanhas políticas, em geral sorrindo para as câmeras, a infância e a adolescência ainda não são tratadas como prioridade absoluta nas candidaturas ao executivo municipal, segundo a Agenda 227, um movimento apartidário que reúne 448 organizações da sociedade civil de todas as regiões brasileiras. Ao mesmo tempo, estão sobrerrepresentadas nos indicadores que radiografam a desnutrição, a pobreza, o racismo, o capacitismo, os estigmas, as violências e as demais desigualdades que marcam nossa história.

    Para Miriam Pragita, da diretoria executiva da Agenda 227, é urgente priorizar crianças e adolescentes nas próximas eleições municipais. “É nas cidades que a população tem contato com direitos básicos e fundamentais e, por isso, é onde precisamos garantir que estejam fortalecidas políticas de educação, saneamento básico, segurança, renda, entre outras”, diz, em entrevista a esta coluna, reforçando que investir nesse segmento da população traz impactos positivos a médio e longo prazo para o desenvolvimento humano e econômico do país.

    A exemplo do que aconteceu nas eleições para presidente, em 2022, a Agenda 227 lança hoje (28/5) o documento Prioridade absoluta nas Eleições 2024: diretrizes para uma gestão municipal comprometida com a infância e a adolescência, ao qual a coluna teve acesso com exclusividade, com diretrizes em 22 áreas estratégicas para a efetivação dos direitos de crianças e adolescentes nos municípios.

    MUDANÇAS NA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA MUNICIPAL E NOS MECANISMOS DE GESTÃO

    Entre as mudanças propostas, a Agenda 227 sugere a discriminação de recursos para a população de 0 a 18 anos no planejamento e execução orçamentária. De acordo com o documento, “as análises têm demonstrado que as peças orçamentárias dos municípios precisam avançar nessa abordagem”, discriminando os recursos direcionados para crianças e adolescentes em diferentes setores.

    Também defende uma revisão da estrutura administrativa municipal, com a criação de uma instância intersetorial capaz de coordenar a mobilização de ações hoje pulverizadas entre as diversas secretarias e órgãos que constituem o Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente.

    Continua após a publicidade

    “Apesar dos progressos conceituais e legais, ao longo das últimas décadas, registram-se falhas na articulação intersetorial das políticas dirigidas a população de 0 a 18 anos”, aponta o documento, que sugere ainda o fortalecimento dos Conselhos Municipais de Crianças e Adolescentes, hoje presentes em 5.489 cidades brasileiras, e a integração dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), nas políticas públicas municipais, em articulação com o setor privado e a sociedade civil.

    Segundo Pragita, as ações estruturais propostas fortalecem o Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente e têm potencial para fazer avançar essa agenda para 2030. “Algumas áreas progridem mais do que outras, mas pretendemos fazer o monitoramento e a avaliação das diretrizes municipais após as eleições”, planeja.

    Na história recente do Brasil, a sociedade civil teve um papel fundamental para a redemocratização do país e, também, para que ocorressem avanços importantes em relação a garantia de direitos de crianças e adolescentes tanto na Constituição Federal, de 1988, quanto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de 1990. As próximas eleições municipais podem ser um novo marco nesse sentido.

    * Jornalista e diretora da Cross Content Comunicação. Há mais de três décadas escreve sobre temas como educação, direitos da infância e da adolescência, direitos da mulher e terceiro setor. Com mais de uma dezena de prêmios nacionais e internacionais, já publicou diversos livros sobre educação, trabalho infantil, violência contra a mulher e direitos humanos.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.