O governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, resolveu transformar a sede do PMDB de Campo Grande em curral eleitoral para garantir o engajamento dos servidores públicos na campanha do candidato a prefeito do partido, deputado federal Edson Giroto. Má ideia. Alguém gravou em vídeo a reunião ocorrida em 10 de agosto. Pouco mais de um minuto bastou para que Puccinelli protagonizasse várias cenas de chantagem explícita.
Como numa chamada oral de colégio interno, o governador lê os nomes dos presentes e exige que, em voz alta, confirmem o apoio a Giroto e revelem o nome do candidato a vereador que escolheram. A certa altura, o dono do curral ordena a um dos convocados que esqueça a ideia de votar em Edil Albuquerque. “Nós vamos por pra votar pra Carla aqui, tá bom? Agora mudou, tá bom?”, comunica Puccinelli. “Tudo bem”, conforma-se o eleitor de cabresto.
Segundo a Constituição, comete abuso de poder um governador que exerce esse tipo de pressão para influenciar o voto de funcionários públicos. Confira o vídeo divulgado pelo site Midiamax. É a prova material e contundente de que Puccinelli se transformou num caso de polícia.