Ambos nascidos em 1945, Lula e Daniel Ortega chegaram à presidência da República fantasiadas de protetores dos injustiçados e pais dos pobres. O comandante da revolução sandinista livraria a Nicarágua dos horrores da ditadura de Anastasio Somoza. O chefão do PT libertaria o Brasil da elite exploradora que saqueava o país desde 1500.
Aos 72 anos, os dois reduziram a frangalhos as fantasias que vestiram no século passado. Tanto Lula quanto Ortega jogaram no lixo promessas, amigos honestos, normas éticas e valores morais, fora o resto. Saíram da História para cair na vida. Serão lembrados em asteriscos de pé de página como mais dois tiranetes destes trêfegos trópicos. Dois vigaristas que se venderam aos ricaços que fingiam odiar.
Lula é um Ortega brasileiro. Ortega é um Lula nicaraguense. A diferença é que um deles está fora da cadeia. Por enquanto.