Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês

Augusto Nunes

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Metralhadora giratória

A propaganda eleitoral começa em clima de guerra e sem limites. Salve-se quem puder!

Por Eliane Cantanhêde
Atualizado em 30 jul 2020, 20h21 - Publicado em 1 set 2018, 07h19
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Eliane Cantanhêde (publicado no Estadão)

    Com o início da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, a eleição muda totalmente de figura. Vão-se os senhores e senhoras elegantes e propositivos e entram no ar verdadeiros digladiadores. Sem defender propostas objetivas até aqui, agora partem para o ataque.

    Jair Bolsonaro já descartou vestir a fantasia de “Jairzinho Paz e Amor”, numa referência ao “Lulinha Paz e Amor” da eleição de 2002. E é ele, Bolsonaro, quem tem uma verdadeira metralhadora giratória contra PT, Marina, Alckmin, Ciro… Por que? Porque é campeão simultaneamente de votos e de rejeição nos cenários sem Lula. Assim, ele tem fortes chances de chegar ao segundo turno e iguais chances de ser derrotado então por qualquer um dos demais. Assim, atira para todo lado.

    Se chegar ao segundo turno contra Lula/Haddad, ele pode reunir todos contra ele e se tornar grande instrumento da vitória do PT. Seus eleitores atiram no que veem ─ Bolsonaro ─ e acertam no que não veem ─ o PT. Arriscam-se a conseguir o oposto do que pretendem: a volta do PT ao poder, na tentativa justamente de evitá-la.

    Continua após a publicidade

    Pelas pesquisas, Bolsonaro ainda bate Haddad, até porque ele nem candidato é ainda, mas perde de Alckmin, Marina, Ciro. Logo, mira Alckmin, Marina, Ciro, que, aliás, acusou o adversário de “Hitlerzinho tropical”, com uma diferença: Hitler, segundo ele, tinha mais recursos intelectuais.

    Se apanham do líder das pesquisas sem Lula, os demais se engalfinham entre eles, disputando quem consegue derrotar tanto Bolsonaro quanto o PT no segundo turno. Nos bastidores, entre um cafezinho e outro, todos têm um alvo prioritário. Enquanto Bolsonaro vai de vento em popa e Haddad tem enorme potencial, os demais, aí incluídos João Amoêdo, Alvaro Dias e Henrique Meirelles, parecem preocupados mesmo é com Alckmin.

    Patinando nas pesquisas de primeiro turno, tirando o sono dos aliados, perdendo votos para Bolsonaro e Dias, por que se preocupar e gastar tempo, saliva e munição com o tucano? Pela percepção de que, com a coisa caminhando para um segundo turno entre Bolsonaro e PT, o tucano pode virar o principal beneficiário do voto útil contra os extremos.

    A campanha de Alckmin, que não combina com tiro e guerra, parece cheia de dúvidas sobre como usar o imenso tempo de TV (40% do total). Contra o capitão, entrincheirado nas redes sociais? Ou contra o PT? Na estreia, partiu para cima de Bolsonaro e sua obsessão por armas. E ele reagiu.

    Continua após a publicidade

    Hoje, Marina Silva é quem se destaca no pelotão anti-PT e anti-Bolsonaro, mas ela, Ciro, Alckmin, Dias, Meirelles e Amoêdo não parecem tirar votos dos dois, mas deles mesmos, estimulando uma corrida em círculo dos quase 40% de eleitores e eleitoras indefinidos, que pulam de um em um, sem saber em qual deles se fixar.

    Marina e Ciro, com um risco adicional. Ambos lideram no Nordeste e dobram seus votos, ela para 16%, ele para 10%, quando Lula não está nas pesquisas. Mas, assim que o eleitor perceber que Haddad é Lula, eles tendem a perder esse diferencial e recuar, em vez de avançar.

    Tudo somando, a eleição tem Bolsonaro consolidado de um lado, Haddad ameaçando de outro e o resto embolado e errando o alvo. Sem contar que Bolsonaro tem a turma da bala, do grito, da agressão, enquanto o PT não tem o menor prurido em acionar “aloprados” e já foi pego pagando mercenários para atirar mentiras nas redes contra adversários, jornalistas, analistas e eleitores anti-Lula/Haddad.

    Continua após a publicidade

    A propaganda eleitoral, portanto, começa em clima de guerra e sem limites. Salve-se quem puder! E salve-se a democracia!

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.