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Seja qual for o esporte que praticam, os filhos do Brasil que conquistaram medalhas em Jogos Olímpicos ou campeonatos mundiais não tiveram apenas de superar na disputa final os maiores atletas do planeta. Para chegarem ao pódio, precisaram derrotar em sucessivos embates o país onde nasceram. O triunfo, portanto, pertence exclusivamente a eles, constatou em julho de 2009 o post que saudou a sagração do novo imperador das piscinas.
Apesar da inexistência de uma política esportiva que mereça tal nome, dos cartolas vigaristas, do Ministério do Esporte rebaixado a curral do PCdoB, dos centros de treinamento em decomposição, da infraestrutura indigente e de tantos outros frutos do casamento da inépcia lucrativa com o oportunismo, César Cielo ganhou a medalha de ouro em Roma e é o recordista mundial dos 100 metros nado livre, ressalvou um trecho do texto.
Cielo faz parte do 1,1% da população economicamente ativa que pratica ou praticou algum esporte. Na Olimpíada de Pequim, o emotivo garotão de Santa Bárbara D’Oeste que acabara de ganhar a medalha de ouro não teria chorado ao som do Hino Nacional se não fossem o patrocínio do pai e as longas temporadas em águas americanas, orientado por um técnico australiano que a cartolagem nativa tentou afastar do pupilo.
Na quarta-feira passada, aos 29 anos, com a bravura e a obstinação que sempre acompanharam as braçadas perfeitas, o gênio da natação por pouco não conseguiu a vaga que lhe permitiria participar de sua terceira Olimpíada. O choro e o pedido de desculpas sugerem que César Cielo ainda não entendeu direito o que se tornou. Ele é um herói do Brasil. Tão jovem, já mora na eternidade.