Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Erro de cálculo

Acreditava-se que o aquecimento global tivera uma misteriosa pausa entre 1998 e 2012. Agora, um novo estudo mostra que o planeta nunca teve esse descanso

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 18h29 - Publicado em 24 nov 2017, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Até a semana passada, o “hiato” — termo pelo qual ficou conhecido o fenômeno — no aquecimento global era objeto de, por assim dizer, acaloradas discussões entre ambientalistas e céticos, assim denominados os que não acreditam que as mudanças climáticas sejam resultado da ação humana. Tal pausa teria ocorrido entre os anos de 1998 e 2012, período no qual, segundo cálculos de estudos diversos, a elevação da temperatura média mundial havia desacelerado até o patamar de somente 0,05 grau por década. Várias teorias científicas tentaram justificar o tal hiato. Seria um efeito do El Niño — a deturpação climática que aquece as águas do Pacífico — de 1997? Ou, quem sabe, estaríamos diante de um sinal de que as alterações não teriam influência humana, tratando-se apenas de consequências de ciclos naturais da Terra? De acordo com uma nova pesquisa divulgada na segunda-feira 20 pela Universidade do Alasca Fairbanks na revista científica Nature, todas as teses erraram o alvo. Na verdade, o hiato não passaria de um erro, proveniente de cálculos falhos, com conclusões errôneas.

    Os climatologistas envolvidos no estudo repararam que informações sobre o vaivém da temperatura no Ártico não haviam sido devidamente levadas em conta. A região, cuja área equivale mais ou menos ao dobro do território brasileiro, teria sido simplesmente ignorada nas projeções climáticas. Com base na coleta de dados tanto sobre o Polo Norte quanto sobre a superfície terrestre como um todo, a equipe concluiu que aquela extremidade do globo teria esquentado seis vezes mais que a média global ao longo do hiato. Esse novo número foi adicionado à conta que estima qual teria sido a variação na temperatura média global durante o mesmo intervalo de tempo. O resultado correto: em vez de 0,05, houve uma elevação de 0,112 grau. “Chegamos a informações precisas com o uso de tecnologias modernas, melhores que as da década passada”, explicou a VEJA o climatologista chinês Xiangdong Zhang, líder do estudo. “Essas revisões não podem ser usadas para dividir ainda mais a comunidade científica acerca do assunto, mas, sim, como uma forma de progredir nas discussões, encorajando trabalhos e novas políticas de combate a esse problema global.”

    Publicado em VEJA de 29 de novembro de 2017, edição nº 2558

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.