Agora à tarde, o jornalista Danilo Gentili, do programa CQC, topou com Renan Calheiros num elevador do Senado. E fez a pergunta que todos os brasileiros decentes gostariam de ter feito ao líder da bancada do cangaço: “Ter você como membro do Conselho de Ética é o mesmo que ter Fernandinho Beira Mar no Ministério Antidrogas?”. Gentili resumiu a reação do prontuário ofendido: “Ele esbravejou, gritou que eu devo respeito e não tenho respeito algum e após isso a polícia nos impediu de continuar gravando no Senado”.
Num país sério, a maioria dos integrantes de um Conselho de Ética que pode dialogar de igual para igual com o alto comando do PCC estaria na cadeia há muito tempo. No Brasil, gente como João Alberto, Gim Argelo, Romero Jucá, Humberto Costa, Edison Lobão Filho ou Ciro Nogueira se reúne publicamente sem ser enquadrada por formação de quadrilha ou bando. Nesta tarde, Renan Calheiros provou que o Senado está sob o domínio da bancada dos fora-da-lei.
Na Casa do Espanto presidida por José Sarney, é o caso de polícia que chama a polícia.