Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês

Augusto Nunes

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Celso Arnaldo comenta a entrevista de Dilma: ‘A presidente eleita já não merece a leniência do sarcasmo que reservávamos à candidata’

“Ela está mais solta, mais desembaraçada”, informam os colunistas estatizados e os parceiros da base alugada. “Ela está mais segura, mais confiante”, aplaudem os Altos Companheiros e as plateias alugadas. Dilma Rousseff é a Dilma Rousseff de sempre,  constatou o jornalista Celso Arnaldo Araújo depois da entrevista ao Jornal da Band.  O falatório continua incongruente, […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 13h42 - Publicado em 5 nov 2010, 18h51
  • Seguir materia Seguindo materia
  • “Ela está mais solta, mais desembaraçada”, informam os colunistas estatizados e os parceiros da base alugada. “Ela está mais segura, mais confiante”, aplaudem os Altos Companheiros e as plateias alugadas. Dilma Rousseff é a Dilma Rousseff de sempre,  constatou o jornalista Celso Arnaldo Araújo depois da entrevista ao Jornal da Band.  O falatório continua incongruente, raso, errático, tosco, absurdo. Mas o que era declaração de candidata agora é pronunciamento de presidente eleita ─ e por isso merece mais que comentários sarcásticos e sucessivas internações no Sanatório Geral. Merece contragolpes e corretivos  exemplares, como os aplicados pelo texto de Celso Arnaldo:

    Dilma na band

    “Eu quero dizê que eu vou sê implacável com o comprimento (sic) da Lei Maria da Penha”

    Dilma Rousseff, em entrevista anteontem ao Jornal da Band, prometendo encurtar a complicada lei que pune agressores de mulheres em ambiente doméstico.

    Sim, poderia ser apenas mais uma internação da candidata Dilma Rousseff no Sanatório desta coluna – devem ter sido mais de 200, ao longo de 15 meses. No conjunto, uma coleção de cretinices que inviabilizaria, por espanto dos associados, até a candidata à presidência de um modesto clube de campo.

    Consumado o embuste, desde as 8 horas da noite do dia 31 de outubro de 2010, quando o TSE confirmou oficialmente sua vitória, a presidente eleita já não merece a leniência do sarcasmo — marca registrada do Sanatório — que reservávamos à candidata.

    Continua após a publicidade

    O Brasil é que precisaria ser implacável com o cumprimento de uma hipotética Lei Dilma Rousseff – contraponto da Lei Maria da Penha. Se aprovada, puniria com a perda de mandato o presidente que agredisse sistematicamente um elenco de obrigações inerentes ao cargo de primeiro mandatário do país, todas do gênero feminino — a língua portuguesa, a liturgia do cargo, a concatenação de ideias, a honestidade de conceitos, a lógica descritiva, a informação com conteúdo, a expertise gerencial, a verdade insofismável, a naturalidade expositiva, a elegância de estilo.

    Por essa lei homônima, Dilma Rousseff não duraria uma semana no cargo. Maria da Penha Maia Fernandes suportou quatro anos de agressões do marido. O Brasil não chega lá.

    Deitando falação pretensamente feminista sobre a Lei Maria da Penha no Jornal da Band, a presidente eleita agrediu tudo isso e muito mais. Em 80 inacreditáveis segundos, demonstrou absoluto desconhecimento não apenas da lei, mas dos próprios limites da atuação de um presidente da República – e, como sempre, uma agônica dificuldade para encontrar a palavra certa: um problemaço institucional e diplomático para um presidente da República. Seu palavrório sobre o câmbio, na véspera, no Jornal Nacional, já tinha sido um naufrágio sem âncora. E o dólar, sempre avisa o professor Delfim Netto, não leva desaforo pra casa. Voltando a Maria da Penha:

    “A impunidade é um fator que dá às pessoas que cometem crimes a sensação que elas podem cometer sem punição”.

    Continua após a publicidade

    Nossa presidente eleita, com sua sensibilidade singular, decretou que é a impunidade que faz as pessoas se sentirem impunes. É um avanço no diagnóstico da violência no Brasil. Agressores de mulheres que ainda não entenderam a lei, tremei!!:

    “A Lei Maria da Penha é clara, ela pune com prisão, qualquer, seja quem seja que faça, qualquer agressor à mulher”.

    Pela Lei Dilma Rousseff, “seja quem seja que faça” exigiria sentença capital. “Agressor à mulher”, seria um agravante.

    Desempenho terrível

    Continua após a publicidade

    Uma pergunta: o caso Netinho foi uma exceção ao “seja quem seja que faça”? Prossegue a legisladora:

    “E aí é importante que a gente esclareça não só as polícias, né, que a gente faça campanhas no sentido tamém de esclarecê a sociedade. Porque denúncias do agressor é algo que é importantíssimo que ocorra e também é importantíssimo que os órgãos públicos e a Justiça acolham a denúncia. E sejam prontos no sentido de investigá, puni, condená, né, o agressor e não deixá que hoje essa espécie de convívio com a agressão, que aliás no Brasil é histórica, ela num cumeçô ontem”.

    A Lei Maria da Penha foi promulgada em 2006, último ano do primeiro mandato de Lula. O companheiro – com a poderosa Dilma na retaguarda, a “primeira mulher presidente” – não conseguiu até hoje fazer a lei funcionar? As “polícias” não foram avisadas de que bater em mulher, aliás bater em qualquer pessoa, é crime? A Justiça também não tomou conhecimento? Nunca antes na história deste país se bateu tanto em mulher e agora isso vai acabar? Maria da Penha votou em Lula e agora em Dilma?

    O fecho desse libelo contra a agressão à mulher é monumental:

    Continua após a publicidade

    “Então as pessoas achavam que a mulher podia sê agredida”.

    Quem achava? Netinho, aliado de Dilma?

    Mas isso vai mudar:

    “Colocarei o peso do governo federal pra assegurá que seja comprida (agora ela quer a lei grande de novo…), quem for agredida, se denunciá e a gente consegui pegá o agressor, o agressor será exemplarmente punido”.

    Continua após a publicidade

    Parece evidente que, por nunca saber do que está falando e o que está falando, a presidente Dilma Rousseff não fará nada para assegurar o cumprimento da Lei Maria da Penha – que é apenas uma dos milhares de leis e projetos com que o presidente terá de interagir em seu governo.

    O terrível desempenho da presidente eleita, de domingo para cá, já não merece ironias ou deboche — apenas uma justa preocupação com o perigo real e imediato que seu despreparo, agora oficializado, pode representar para a governabilidade.

    Para ela, uma palavrinha difícil — mas fundamental para a sobrevivência de um presidente.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.