https://www.youtube.com/watch?v=Nbj6bC8ZCgE
“Nos oito anos em que fui presidente do Brasil, tive a oportunidade de conviver com Nicolás Maduro, que era ministro das Relações Exteriores da Venezuela”, confessa Lula já na largada do vídeo, gravado em abril de 2013 para abrilhantar a campanha eleitoral do filhote de Hugo Chávez. “Maduro se destacou brilhantemente na luta pela construção de uma América Latina mais democrática e solidária”, mente em seguida o palanque ambulante, convertendo em defensor do Estado de Direito o tiranete trapalhão que acaba de fracassar na tentativa de erradicar o Poder Legislativo.
“Sempre foi visível sua profunda afinidade com nosso querido e saudoso amigo Chávez”, derrama-se o amigo do peito do criador do socialismo do século 20. “A grande obra de Chávez foi a de transformar a Venezuela em um país mais justo, realizando um massivo processo de transferência da renda petrolheira (sic) em proveito das camadas mais sofrida (sic) da sociedade”, desanda o atropelador da verdade e da gramática. “Mas Chávez, assim como Maduro, sempre tiveram claro (sic) que a Venezuela necessitava escapar dos que muito chamos (sic) maldição do petróleo, daí a importância que deram, e que Maduro dá, à necessidade de industrializar o país e desenvolver sua agricultura”, segue em frente o torturador de fatos.
Tanto o Bolívar-de-hospício quanto o herdeiro que lembra um motorista de caminhão sem freios zanzando na estrada à beira do penhasco fizeram o possível para tornar a economia venezuelana ainda mais dependente do petróleo. Ambos desperdiçaram irresponsavelmente os bilhões de dólares auferidos com os preços do barril na estratosfera. O legado da dupla é uma nação com um parque industrial anêmico e um agronegócio assolado pelo raquitismo. debilidade do agronegócio. No vídeo, o orador trata a realidade a pontapés. “Uma frase resume tudo o que sinto”, capricha no fecho indigente. “Maduro presidente é a Venezuela que Chávez sonhou”.
Não só Chávez e Maduro: também Lula sonhou com a materialização do balaio de ideias de jerico que pariu um um país em acelerada decomposição, partido ao meio, devastado pela inflação anual superior a 500% e sangrado pela diáspora dos desiludidos. É compreensível que o réu da Lava Jato tenha caído na clandestinidade desde que o Tribunal Supremo de Justiça, por ordem do presidente trapalhão, anunciou o fechamento da Assembléia Nacional. O recuo desmoralizante reforçou a suspeita de que Maduro pode ter desferido um tiro letal na própria testa.
Lula não tem tempo para socorrer o amigo vigarista, nem para saber como foi a última conversa com Chávez ─ que reencarnou num passarinho para dar conselhos ao herdeiro permanentemente em apuros. O sitiante sem sítio precisa concentrar-se 24 horas por dia numa urgência urgentíssima: planejar o que fará e dirá para sair sem danos irreparáveis do encontro com Sérgio Moro, marcado para o começo de maio. É uma tarefa e tanto. Tão complicada quanto a situação em que se meteu a Venezuela bolivariana.