Dilma Rousseff chegou ao Maracanã, no fim desta tarde de sábado, para participar da festa de reabertura do estádio que foi fechado à noite porque não ficou pronto. Entrou muda e calada continuou no camarote vip, ao lado do governador Sergio Cabral e do prefeito Eduardo Paes. Esquivou-se de imagens no telão, escapuliu do pontapé inicial e não se atreveu a reincidir na discurseira que recitou, sempre para plateias pequenas e de confiança, nas arenas de Fortaleza, Salvador e Belo Horizonte.
Ao repassar o pontapé inicial para um pedreiro que trabalha na reforma do estádio e o microfone para o apresentador de TV Luciano Huck, Dilma Rousseff confirmou que nada é mais pedagógico que uma vaia no Maracanã. Na abertura dos Jogos Panamericanos de 2007, foi ali que aprendeu (e a afilhada aprendeu com o padrinho) que o Brasil dos institutos de pesquisa não tem parentesco com o país real. É bem menos complicado virar campeão de voto em fábricas de porcentagens dependentes do patrocínio do Planalto.
Revejam o vídeo que mostra o desconcerto do então presidente atropelado pelo imenso coro dos descontentes. Ele se imaginava amado por 10 em cada 10 brasileiros. Nunca mais confundiu tribuna de honra com palanque de comício do PT. Pelo visto, Dilma acordou neste sábado com a cabeça povoada por lembranças do episódio ocorrido há seis anos. Até o neurônio solitário assimilou algumas lições ministradas naquele dia que Lula jamais esquecerá.
Uma delas ensina que plateia amestrada é uma coisa, multidão sem focinheira é outra.