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Augusto Nunes

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“Ter sem ter, tendo tudo” e outras quatro notas de Carlos Brickmann

Há provas de que Lula e sua família orientaram as empreiteirovskas, escolheram a mobília, lá guardaram bens pessoais em grande quantidade, incluindo presentes recebidos de autoridades estrangeiras

Por Branca Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 22h11 - Publicado em 3 ago 2016, 12h18
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  • Publicado na coluna de Carlos Brickmann

    Quando morreu Stalin, o todo-poderoso dirigente de todas as Rússias, coube a sua filha Svetlana esvaziar as gavetas. Lá, narra ela (terá sido em seu livro Vinte cartas a um amigo? Este colunista não fez a pesquisa), encontrou  dezenas de envelopes de pagamento, intactos, sem que o marechal tivesse tocado no dinheiro. Mas pensemos com ele: para que Stalin iria querer dinheiro? Tudo o que existia na União Soviética seria dele no momento em que quisesse. Se tivesse vontade de tomar um Chicabon, caminhões carregados de Chicabon apareceriam em seguida, e não lhe custariam um rublo furado. Se quisesse um apartamento triplex em frente ao Mar Negro, o apê apareceria como que por encanto. Dinheiro, pra que dinheiro?

    Stalin morreu há mais de 60 anos, sua União Soviética se dissolveu. E Lula diz que o apartamento triplex do Guarujá e o sítio de Atibaia, ambos reformados no capricho por empreiteiras entupidas de bons contratos com o Governo, não são dele porque não há documento de compra, nem contrato assinado. Mas há provas de que ele e sua família orientaram as empreiteirovskas, escolheram a mobília, lá guardaram bens pessoais em grande quantidade, incluindo presentes recebidos de autoridades estrangeiras. Talvez não haja documentos, mas é ele, sem dúvida, quem manda no pedaço.

    E, claro, este colunista não está comparando Lula com Stalin. Jamais imaginaria que Lula esquecesse seus pagamentos na gaveta.

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    Restam muitos…

    Semana quente: a Operação Resta Um, da Polícia Federal, como de costume vai atingir os petistas (afinal de contas, como notou o jornalista Cláudio Tognolli, não se escreve “corrupto” sem “p” e “t”), mas entra fundo no PSDB. Atinge, por exemplo, um presidente do partido, Sérgio Guerra (que já morreu), e muita gente que, de acordo com a delação premiada de Pedro Corrêa, trabalhou para abafar a CPI da Petrobras — trabalho que, a propósito, deu certo.

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    Bate também no PP do hoje governador interino do Rio, Francisco Dornelles, acusado de levar R$ 9 milhões da empreiteira Queiroz Galvão.

     

    …resta um

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    Curioso o nome desta operação, não? Mas coincide com a libertação do casal João Santana – Mônica Moura. Eles não sairiam sem falar; se saíram, é porque já fizeram revelações. E ambos, marqueteiros das campanhas de Lula e Dilma, conhecem os segredos das eleições. Foram eles também que fizeram campanhas para partidos bolivarianos em vários países latino-americanos, sempre por indicação de Lula. Sabem como funcionam essas negociações.

    Quando falarem tudo, talvez não reste mais ninguém.

     

    Os números falam

    A defesa de Dilma na comissão que decidirá se deve ou não ser afastada definitivamente do cargo foi protocolado com no Senado com o número 171.

     

    O custo dos partidos

    O levantamento é do jornal O Estado de S. Paulo, com base em números do Tribunal Superior Eleitoral: os partidos políticos consumiram R$ 9,4 bilhões de dinheiro público nos últimos dez anos. Detalhando, o Fundo Partidário distribuiu 4,4 bilhões. O restante é dinheiro que as emissoras de rádio e TV recebem, como dedução de impostos, pela transmissão do horário gratuito.

    E, em compensação, os partidos nos prestam todos os seus serviços.

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