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Um furacão gerou dezenas de tornados. Qual a diferença entre eles?

A distinção está nas proporções dos dois fenômenos, ambos destrutivos

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 out 2024, 16h30
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  • Ao passo que o furacão Milton se aproximava da costa da Flórida, um problema por si só, ele despertou também um outro tipo de ocorrência atmosférica. Até a tarde de quarta-feira, 9, horas antes do fenômeno tempestuoso tocar o solo, mais de 130 avisos de tornados foram emitidos para o estado. Mas, afinal, qual a diferença entre eles?

    Qual a diferença entre um furacão e um tornado?

    É uma dúvida comum, já que ambos podem ser caracterizados como fortes ventos girando em um redemoinho. Mas há algumas diferenças fundamentais, em especial na escala. 

    Os tornados são o tipo menor de redemoinho e costumam se formar sobre o continente, quando correntes úmidas e quentes se chocam de maneira violenta com correntes frias e secas. 

    Longamente explorados em filmes como Twisters, os tornados costumam ter algumas centenas de metros de diâmetro e podem provocar ventos de quase 500 quilômetros por hora. Embora eles tenham um grande potencial de causar estragos onde tocam, não se deslocam por muito mais que 30 quilômetros e duram apenas alguns minutos. 

    Os furacões, por outro lado, se apresentam em uma escala muito maior. Eles costumam se formar sobre as águas quentes do oceano, próximo ao equador, e podem ter mais de 1 000 quilômetros de diâmetro. 

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    Justamente por serem muito massivos, os furacões duram vários dias seguidos e podem se deslocar por milhares quilômetros, causando muito estrago por onde passam. O Milton, por exemplo, cruzou todo o estado da Flórida, que tem mais de 700 quilômetros de comprimento. 

    Por que furacões causam tornados?

    Os tornados são pontuais e, embora poderosos, não têm um grande impacto na atmosfera. Já os furacões têm a capacidade de transferir muita energia do oceano para o ar, mobilizando muita umidade e calor. “Embora os furacões se formam apenas esporadicamente, eles afetam a circulação da atmosfera global de maneiras mensuráveis”, diz o site da Nasa. “Esta ainda é uma área ativa de pesquisa.”

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    À medida que os furacões se aproximam da costa, esse ar quente e úmido se choca com as massas continentais, provocando diversos tornados ao mesmo tempo. Só na manhã de quarta-feira, mais de uma dezena desses pequenos redemoinhos foram confirmados ao longo das cidades floridenses.

    Quais as consequências?

    As consequências de um furacão são de escala proporcional. Segundo o presidente estadunidense Joe Biden, pelo menos 10 pessoas foram mortas como consequência do Milton, número que pode aumentar drasticamente e que se soma aos 227 vitimados pelo Helene, que atingiu o estado semanas antes. 

    Os especialistas esperam repercussões internacionais. “Além de serem devastadoras para os diretamente afetados, as perdas causadas pelo furacão Milton mostram o quão interligados estão os sistemas globais, à medida que desastres climáticos mais extremos em áreas altamente urbanizadas de um país aumentam os custos econômicos e de seguros em todo o mundo”, afirma Paula Jarzabkowski, professora da Universidade de Queensland, em comunicado. 

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