Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês

Alberto Carlos Almeida

Por Alberto Carlos Almeida Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Opinião política baseada em fatos
Continua após publicidade

Novo auxílio emergencial à vista

O árbitro do conflito entre a base da pirâmide social e empresários e investidores acerca do auxílio emergencial é o mundo político

Por Alberto Carlos Almeida Atualizado em 4 mar 2021, 16h59 - Publicado em 26 jan 2021, 14h17
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A principal fonte de pressão para o retorno do auxílio emergencial é a população mais pobre do país. O Datafolha revelou que o aumento da avaliação negativa do Governo Bolsonaro se deveu em grande medida a sua piora junto a quem recebe até dois salários mínimos. Somente 26% deste segmento considerava Bolsonaro ruim/péssimo na penúltima pesquisa, ainda enquanto vigorava o auxílio emergencial. Na pesquisa de janeiro, já sem receber o benefício, o ruim/péssimo neste grupo da população saltou para 41%. Considerando-se toda a população brasileira, o ruim/péssimo aumentou oito pontos percentuais (de 32 para 40%), porém 6,5 pontos percentuais se devem à mudança de avaliação junto àqueles que estão na base da pirâmide social.

    Do outro lado, a pressão para que um novo auxílio emergencial não seja concedido deriva dos setores empresarias e do mercado financeiro. Neste caso, a preocupação é com a situação das finanças públicas do país. Para a maioria das pessoas trata-se de um tema difícil, espinhoso e, com frequência, sem sentido. Aqueles contrários a novos gastos argumentam que o Brasil precisa seguir uma trajetória de maior responsabilidade fiscal a fim de voltar a ser atraente para os investimentos, em particular os que vêm de fora. Investidores não se interessam em colocar seus recursos em países cujos níveis de endividamento possam vir a comprometer e dificultar a rolagem de suas dívidas. Quem pensa assim está sugerindo trocar um benefício de curto prazo para a população pobre, a concessão do auxílio emergencial, por outro benefício de longo prazo que seria uma economia forte que gerasse empregos para a maioria das pessoas.

    O árbitro deste conflito entre a base da pirâmide social e empresários e investidores é o mundo político, são o presidente da república, deputados e senadores. Apenas eles podem decidir estabelecer ou não a volta do benefício. De um lado há o incentivo do voto e da aprovação em pesquisas, Bolsonaro sabe que sua popularidade melhorou quando o auxílio foi concedido e vem piorando desde sua retirada. Deputados e senadores poderão voltar às suas bases eleitorais ostentando o estandarte de seus votos a favor de um novo auxílio. Do outro lado há também algo real, a credibilidade do país junto àqueles que detém os recursos que permitem a rolagem de nossa dívida. Sem isso, o país sofreria uma profunda crise que afetaria a todos, incluindo os mais pobres.

    Os políticos, no momento, pendem para o curto prazo e para o eleitorado. Qualquer um que frequente Brasília e converse com eles sabe que a tendência é por aumento de gastos. Desde o segundo Governo Dilma, com Joaquim Levy à frente do então Ministério da Fazenda, deputados e senadores vêm enfrentando certamente redução do ritmo do aumento de gastos e, talvez, corte de despesas. Para quem depende de gastar a fim de obter votos isso é muito desgastante. Ademais, eles sabem que o presidente Bolsonaro tem a alma de gastador, ainda que pareça apoiar o seu ministro da Economia. Assim, o desfecho mais provável desta disputa é o retorno do auxílio emergencial. Menor do que o concedido em 2020, mas suficiente para piorar a situação das contas públicas do país e melhorar as condições de vida da população.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.