A entrevista com o youtuber, influenciador digital e empresário Felipe Neto para as Páginas Amarelas repercutiram ao longo da semana nas redes sociais. Assim como teasers e o vídeo com trechos da conversa, publicado no site de VEJA. Neste blog agora compartilho informações de bastidores, como as impressões que a celebridade da internet tem de regras do Facebook e do YouTube, que puniram perfis de extrema direita em casos recentes, o que pensa da proposta do Escola sem Partido, projetos que planeja para a área da Educação, processos judiciais e se artistas devem se posicionar politicamente.
Desse último ponto, diz: “É preciso diferenciar a pessoa pública que cresce a partir da opinião que tem daquela que se restringe a ser um artista mais, assim, puro, sem nunca se meter em questões do tipo. A Anitta, por exemplo, foi cobrada pelo público dela por um posicionamento em relação a Bolsonaro. Por quê? Pois ela se manifestava antes, como em relação ao feminismo e ao movimento LGBT. Quis surfar nessa onda. Natural que seus fãs então cobrem a opinião dela, por nas eleições ter primeiro evitado tocar num assunto que afeta aqueles que gostam dela. Já a Ivete Sangalo não foi tão cobrada pois nunca foi conhecida pelas opiniões políticas. Ressalto que aqui não estou julgando ninguém. É uma percepção”.
Porém, Felipe Neto também acrescenta: “Apesar de não ser obrigatório se posicionar, é importante. Acho estranho quem tem voz, vê uma injustiça e não fala nada sobre esta injustiça. Por exemplo, se uma figura pública não teceu um mínimo comentário sobre a morte de Marielle, acho muito, muito, estranho”.
Mas às vezes uma opinião pode ocasionar em processos judiciais. Felipe diz já ter processado, por exemplo, Nando Moura, que teria, segundo o youtuber, fugido e se escondido de oficiais de Justiça. Assim como abriu ação judicial contra o deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ), por este ter, segundo Felipe Neto, associado seu nome ao Massacre de Suzano. “O Judiciário existe para medir até onde pode ir o nível de acusação que alguém faz sobre outro”. Mas ele também vê o risco de exageros. Como no caso de Danilo Gentili.
O entrevistado ainda revelou, como destacado nas Páginas Amarelas, que quer lançar, em articulação com figuras da área, um projeto voltado a Educação. Sua casa está repleta de livros sobre o tema. A iniciativa pode começar, quase que obviamente, por um novo canal de YouTube.
Dentro do tópico, ataca a ideia do Escola sem Partido. “É um perigo que pode levar a, por exemplo, censura de professores. Em um governo que já até censurou propaganda do Banco do Brasil que mostrava a diversidade étnica do país”.
Para completar, opinou se Facebook, Twitter e YouTube deveriam mesmo punir aqueles que se expressam com opiniões radicais por essas plataformas. Isso ao comentar a expulsão recente de radicais de direita do Facebook e a punição de sites similares no YouTube. “Liberalismo não é também deixar uma empresa fazer o que bem entender com seus negócios? O Facebook tem o direito de remover quem decidir remover. E é claro que há pesos ideológicos nessas escolhas. Qual é o problema? Você deixaria uma pessoa fazer o que quiser dentro de sua casa? Como mijar na piscina”.
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