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Crônicas do mundo tecnológico e ultraconectado de hoje. Por Filipe Vilicic, autor de 'O Clube dos Youtubers' e de 'O Clique de 1 Bilhão de Dólares'.
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Caminhoneiros: será que eles deveriam ser substituídos por robôs?

Já existem caminhões autônomos, que se dirigem. Quais serão as vantagens do futuro no qual esses veículos tomarão as estradas? Terá greve das máquinas?

Por Filipe Vilicic Atualizado em 25 Maio 2018, 18h18 - Publicado em 25 Maio 2018, 16h26
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  • Sabia que já existem caminhões autônomos? Tipo os carros que se dirigem do Google e da Uber, sem motoristas. Mas são caminhões.

    Em um vídeo recente do programa semanal de A Origem dos Bytes, discuti como algumas profissões poderiam ser extintas, tendo seus representantes de carne e osso substituídos pela inteligência artificial (IA). A lista é grande de carreiras que as máquinas poderiam tocar com maior facilidade, agilidade ou mesmo profissionalismo. O que tem de similar a todas elas, essas carreiras em risco de extinção? Trata-se de ofícios que demandam tão-somente tarefas padronizadas, facilmente replicadas por computadores, e/ou esforços dos músculos, não do cérebro.

    É o caso dos caminhoneiros. A IA já se mostrou capaz de fazer melhor o que eles fazem. Isso sem perigo de abusarem algum dia e dirigirem, por exemplo, alcoolizadas. Ou de cometerem ilegalidades no trânsito, como correr nas estradas e realizar ultrapassagens perigosas.

    A IA ainda não teria de parar para almoçar ou jantar. Nem se acumularia em paradas duvidosas no meio das rodovias.

    Se os caminhoneiros virassem robôs, seria ótimo também pros… caminhoneiros de carne e osso de hoje. Esses não mais reclamariam dos dias longe de suas famílias, solitários em suas cabines. E poderiam se dedicar a profissões que exigissem mais de habilidades exclusivamente humanas, como as que demandam intelecto.

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    E agora vamos refletir sobre a greve de caminhoneiros que assola o país?

    Pense comigo. Se estivéssemos no futuro, agora, no qual carros e caminhões seriam guiadas por IA, em cidades e estradas adaptadas para isso, quem iria para a rua reclamar de um aumento no preço do combustível?

    Aqueles que são os reais incomodados com isso: os patrões. Os ricos donos de transportadoras que batalham para não diminuir seus lucros (enormes) num país que depende da malha rodoviária. Não se engane, seriam esses os afetados pelo aumento do diesel. Não quem tá no volante.

    Só que quem aí ia se comover com uns empresários ricões gritando na rua? Quem aí ia topar pagar mais impostos para manter as vantagens desses? Quase ninguém, né?

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    E se os donos das transportadoras do futuro resolvessem mandar seus caminhões-robôs estacionarem? Assim colocando até a IA em greve.

    Quem aí iria se comover se o governo mandasse reiniciar as máquinas, botando os softwares para trabalhar novamente? Sem escolha! Numa ordem: “robôs, religuem seus sistemas”.

    Quase ninguém, né? Em outras palavras, se os caminhões fossem dirigidos por robôs, o diesel poderia aumentar, os patrões-ricos iriam arcar com isso, os impostos poderiam diminuir para a população em geral e… não faltaria gasolina nos postos nem comida nos supermercados. Bom pra você?

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