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Seis anos após incêndio, Museu Nacional faz apelo por doações

Reconstrução precisa de R$ 95 milhões até fevereiro

Por Da Redação 2 set 2024, 11h14
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  • Apesar de classificar o ritmo do trabalho de reconstrução como excelente, o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, devastado por um incêndio que completa seis anos nesta segunda-feira, 2, faz um apelo por mais doações da sociedade para conseguir reabrir à visitação o palácio histórico dentro do prazo estimado, em abril de 2026.

    O orçamento estimado para a reconstrução do museu, incluindo o que já foi arrecadado, é de 491,7 milhões de reais. Os recursos adquiridos têm origens no setor público e na iniciativa privada. “Precisamos captar até novembro 50 milhões e, até fevereiro do ano que vem, mais 45 milhões. São 95 milhões. Se a gente não tiver, a obra não vai acontecer e não vamos entregar o museu”, disse Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional, que pede uma maior participação da sociedade brasileira.

    A previsão da direção é entregar o bloco histórico do Museu Nacional em abril de 2026. A reabertura total está prevista para 2028. Enquanto as entregas à população não chegam, o museu faz, anualmente, o Festival Museu Nacional Vive. A última edição foi nesse domingo, 1º, com diversas atividades gratuitas na Quinta da Boa Vista, enorme área verde que serve como jardim da instituição.

    +Destruído por incêndio, Museu Nacional começa a reunir novas coleções

    Depois de seis anos sem um espaço permanente para visitação, o Museu Nacional inaugurou, na última quinta-feira, 29, uma área vizinha ao prédio histórico para receber alunos de escolas.

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    Como doar?

    Ao ressaltar a necessidade de empresas e pessoas físicas contribuírem para a reconstrução do museu, o diretor Alexander Kellner aponta duas formas de colaborar: financeiramente e com doação de acervo.

    Ele destaca que no fim do ano passado foi incluída na Lei Rouanet – que incentiva doações para incentivo à cultura – a captação de 90 milhões de reais para serem distribuídos ao projeto de recuperação. É uma forma de empresas e também pessoas físicas destinarem para a reconstrução dinheiro que deveria ser pago em impostos. “É fundamental que as empresas venham [nos procurar para doar], porque elas pagam impostos e, por meio da Lei Rouanet, conseguem abater esses impostos, sendo mais uma ajuda do governo, já que deixa de arrecadar”, explicou.

    + Reconstrução do Museu Nacional é responsabilidade coletiva, diz apoiadora a VEJA

    Kellner afirmou que a instituição está avançando na doação de itens de acervo por pessoas e instituições. “Estimamos que vamos precisar de 10 mil exemplares. Já conseguimos 1.815, que farão parte da exposição no primeiro momento, e precisamos de mais”.

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    Relembre a tragédia

    O Paço de São Cristóvão, palácio histórico que sediava o Museu Nacional, foi destruído pelas chamas na noite de um domingo. O principal museu de história natural da América Latina perdeu cerca de 80% do acervo de 20 milhões de itens. De acordo com a Polícia Federal, o fogo começou em um aparelho de ar-condicionado.

    As obras emergenciais – retirada dos escombros, escoramento do prédio, instalação de telhado provisório e de contêineres para apoio ao resgate do acervo – começaram ainda em setembro de 2018 e foram até agosto de 2019. As obras na fachada e telhado foram iniciadas em novembro de 2021.

    A gerente executiva do Projeto Museu Nacional Vive, Lucia Basto, explica que as intervenções de reconstrução começaram pelas fachadas, coberturas e esquadrias. “Cinquenta por cento do prédio já estão recuperados. Estamos avançando, continuamos com esse processo e agora, no segundo semestre de 2024, vamos dar início às obras do interior”, detalhou.

    (Com Agência Brasil)

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