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Relatório do IPCC sobre oceanos mostra que governos precisam agir

Documento valida previsões e traz alertas para medidas de adaptação às mudanças climáticas. Se nada for feito agora, cidades costeiras podem ser destruídas

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 set 2019, 19h09 - Publicado em 25 set 2019, 18h26
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  • Em um novo relatório do IPCC, o órgão das Nações Unidas para lidar com o aquecimento global, divulgado nesta quarta-feira, 25, quase 7.000 artigos científicos foram analisados, com contribuições de 104 autores e editores de 36 países, para mostrar os impactos das mudanças climáticas no oceano e na criosfera do planeta (as partes congeladas, como calotas polares, geleiras, permafrost, gelo de prateleira e neve). Algumas informações voltaram a ser confirmadas pelo estudo: oceano, gelo e neve estão sendo transformados pelas mudanças climáticas. O que chama a atenção é a gravidade da situação, em especial no impacto nos ambientes marinhos e congelantes. O aumento do nível do mar está acelerando e, sem cortes nas emissões dos gases causadores do efeito estufa, o ritmo será dez vezes mais rápido em 2100, em relação ao século XX.

    De acordo com o especialista em ecologia marinha e gerenciamento costeiro do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, Alexander Turra, o relatório mostra que o problema com as mudanças climáticas é sério, real e urgente. “Os resultados são amparados em dados científicos inequívocos. Não há margem de erro para essas conclusões. Estamos longe de remeter a qualquer tipo de conspiração internacional. A visão brasileira, passada pelo discurso do presidente na Assembleia-Geral das Nações Unidas, reforçou o entendimento do governo federal de que a ciência climática não seria fato, de que seria uma abordagem ideológica e conspiratória. Não é. E isso é provado”, declarou ele.

    Até 2100, com altas emissões, as geleiras perderão mais de um terço de sua massa, o que reduzirá o suprimento de água para consumo humano. Algumas cadeias de montanhas podem perder mais de 80% de suas geleiras até 2100 e muitas deverão desaparecer por completo.

    As plataformas de gelo da Groenlândia e da Antártica estão liberando mais de 400 bilhões de toneladas de água por ano. Sem corte de emissões até o fim do século, a massa total de animais no oceano do mundo pode diminuir 15% e o potencial máximo de captura da pesca pode ser reduzido em 24%. Nações insulares talvez se tornem inabitáveis e populações que vivem em regiões costeiras serão obrigadas a migrar.

    Para Turra, a responsabilidade está nas mãos dos governos. “É fundamental identificar as regiões com maior vulnerabilidade. No mar, por exemplo, mapear as atividades de pesca e entender quais estoques estão sendo afetados. Um país responsável obrigatoriamente tem que entender, estrategicamente, quais são esses efeitos para poder agir de forma antecipada”, afirmou.

    Com relação ao Brasil, o biólogo diz que o país está caminhando no sentido contrário do que ele sugere. “O governo desmontou o arranjo institucional que foi criado para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas e não entende que o atual cenário é de bomba-relógio. Para um governo que se vende como liberal, e logo deveria zelar pela propriedade e pelos direitos individuais, ele vai prevaricar e deixar de cumprir com a sua função de proteger a população e os seus bens”, declarou. 

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