Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Pela primeira vez, tomates são cultivados em solo “marciano”

Projeto da Heinz pode influenciar a forma como frutas e legumes serão plantados no Planeta Vermelho no futuro; ex-astronauta falou a VEJA sobre o assunto

Por Sabrina Brito 11 nov 2021, 09h00

No último dia 8, a Heinz anunciou um projeto que pode colaborar para a exploração espacial e para a sobrevivência do homem em Marte. O empreendimento se baseou no cultivo de tomates em condições extremas, similares ao solo marciano, e na posterior produção de ketchup a partir dessa matéria-prima.

O resultado foi a confecção do chamado Heinz Tomato Ketchup: Marz Edition, em parceria com cientistas do Instituto Espacial Aldrin. O projeto teve início há cerca de dois anos.

Como a atmosfera, o clima e as demais condições naturais de Marte são bastante diferentes daquelas encontradas na Terra, é de extrema importância que aprendamos a plantar e cultivar alimentos no ambiente marciano antes de enviar os primeiros exploradores ao Planeta Vermelho. Nesse sentido, o experimento da Heinz pode ter um papel importante.

O ex-astronauta da Nasa e parceiro da Heinz Mike Massimino conversou com VEJA sobre a novidade.

Qual a importância de projetos como o da Heinz?

Há dois pontos que explicam o porquê desse projeto ser tão interessante. O primeiro é o fato de que, se um dia vivermos em Marte, teremos que plantar alimentos lá. Não conseguiremos levar toda a comida daqui, então todo conhecimento que juntarmos nesse sentido é importante. Além disso, no espaço, o gosto das comidas é diferente, o olfato é prejudicado. Então ter um molho bom — como é o caso do ketchup — pode ajudar bastante a experiência do astronauta, lembrá-lo de casa. Por outro lado, o experimento também pode nos auxiliar a entender como plantar comida em solos pobres aqui na Terra, o que seria muito útil para milhões de pessoas.

Continua após a publicidade

Qual seria a parte mais difícil de cultivar alimentos em Marte?

Basicamente, o solo lá não tem os nutrientes e os micro-organismos que o solo terrestre tem e que ajuda vegetais e frutas a crescerem. Como consequência, Marte não conta com vida em sua superfície. Isso sem falar na imensa radiação que atinge o planeta, do ar rarefeito, da ausência de chuva, entre outros fatores. Todas essas condições foram replicadas no projeto da Heinz.

Quão essencial é a iniciativa privada (neste caso, a Heinz) na exploração espacial do século XXI?

Eu vejo essa participação como a realização de um sonho que a Nasa sempre teve. Até agora, o espaço foi explorado com base no dinheiro da população, do governo. Consequentemente, os recursos eram limitados. Com o empreendedorismo, a perspectiva é outra, os limites são muito mais abrangentes. Temos visto diversas empresas enviando astronautas e leigos ao espaço, o que abre oportunidades para que muito mais pessoas saiam da Terra temporariamente. Há alguns anos, isso seria inimaginável. A iniciativa privada facilitou significativamente o acesso ao espaço. Hoje, indivíduos e empresas diferentes podem contribuir com o nosso conhecimento sobre o espaço. Isso é um sonho que virou realidade.

Como você explica o fascínio humano pelo espaço e por Marte?

Acho que tem muito a ver com o que o futuro guarda para nós e o com o que está lá fora. Para mim, a coisa mais interessante do mundo é pensar no espaço. Lembro-me de assistir a Neil Armstrong pisar na Lua quando criança, algo que eu não sabia ser possível. A ideia de ser parte de uma equipe que está fazendo história, passando por aventuras e apoiando uns aos outros é incrível. Acredito que a maioria das pessoas se interesse pelo espaço de uma forma ou de outra. Olhamos para os céus à noite há milênios e nos perguntamos sobre o que existe além da Terra, sobre a origem da vida. As grandes perguntas que a ciência ainda não respondeu só serão respondidas pelo espaço.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.