Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Novo vírus gigante “volta à vida”

Cientistas franceses descobriram o 'Mollivirus sibericum', um vírus de 30 000 anos, e em laboratório fizeram com que ele infectasse amebas. Não há perigo para os humanos, mas a pesquisa revela que micro-organismos tão antigos ainda podem oferecer ameaças à saúde

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h01 - Publicado em 8 set 2015, 16h09
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O 'Mollivirus sibericum' tem 0,6 micrômetro de comprimento (1 micrômetro equivale à milésima parte do milímetro) e 650 000 genes
    O 'Mollivirus sibericum' tem 0,6 micrômetro de comprimento (1 micrômetro equivale à milésima parte do milímetro) e 650 000 genes (Genomic Information Laboratory Director and structural Marseille/CNRS/Aix-Marseille University School of Medicine/AFP)

    Um vírus gigante que permaneceu 30 000 anos dormente na superfície gelada da Sibéria, voltou à vida em laboratórios franceses. Batizado Mollivirus sibericum, o novo tipo de vírus tem 0,6 micrômetro de comprimento (1 micrômetro equivale à milésima parte do milímetro) e contém 650 000 genes. Ele não oferece risco aos humanos, mas sua descoberta, publicada nesta segunda-feira (7) na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), revela que vírus como esse podem permanecer contagiosos por milênios. No futuro, devido às mudanças climáticas e à exploração de regiões árticas, eles poderiam se tornar uma ameaça.

    Leia também:

    Maior vírus já encontrado “volta à vida”

    Cientistas descobrem novo vírus “gigante”

    Continua após a publicidade

    O novo vírus foi encontrado em uma camada do solo siberiano chamada permafrost, formada por gelo, terra e rochas congeladas, a 30 metros da superfície. Ele foi descoberto pela mesma equipe de cientistas do Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS, na sigla em francês) que, em 2014, ressuscitou o Phitovirus sibericum, o maior vírus já visto pela ciência. Eles voltaram à Sibéria, com o objetivo de descobrir mais detalhes sobre os vírus gigantes que estão nessa camada e encontraram a nova espécie. Após descongelado, o Mollivirus infectou amebas da família Acanthamoeba castellanii, hospedeira de micro-organismos gigantes. Ele foi capaz de se reproduzir e fazê-las morrer.

    Mudanças climáticas – Vírus gigantes (para receber o nome de “gigante” ele precisa ter mais de 0,5 micrômetro) como os vistos na Sibéria infectam exclusivamente estruturas unicelulares, como a ameba, porque é fácil entrar nelas. Elas se alimentam por um processo chamado fagocitose, que engloba partículas – como o vírus gigante. A maior parte das células humanas e de outras células animais têm processos de defesas mais sofisticados e, por isso, os vírus que as afetam usam estratégias mais complexas de entrada. Essa é a razão por que vírus como o da gripe são cerca de cem vezes menores que os vírus gigantes e têm apenas uma dezena de genes (o da gripe tem 13 genes).

    Uma das preocupações dos cientistas é a comprovação de que vírus assim podem manter seu poder de contágio por muito mais tempo que o esperado. Em vez de serem eliminados do planeta, eles permanecem inativos, passando uma falsa sensação de segurança. A apreensão é por que, com as mudanças climáticas, a camada do permafrost, que permanece congelada, está cada vez mais fina e suscetível ao degelo – a cada ano, ela perde até 40 centímentos. Isso poderia “acordar” os vírus gigantes e outros micro-organismos potencialmente perigosos que estão dormentes ali.

    Continua após a publicidade

    “Algumas partículas virais ainda infecciosas podem, em presença de um hospedeiro favorável, serem suficientes para fazer ressurgir um vírus potencialmente perigoso nas regiões árticas, cada vez mais exploradas por seus recursos minerais e petrolíferos e cuja acessibilidade e exploração industrial são facilitadas pelas mudanças climáticas”, afirmaram os autores em comunicado do CNRS.

    Em entrevista à rede francesa France Info, Jean Michel Claverie, professor de medicina na Universidade Aix – Marseille, na França, e um dos autores da pesquisa, afirmou que é possível que os vírus gigantes sejam uma ameaça futura – afinal, vírus são estruturas com alto potencial para mutações. “O aquecimento torna acessíveis lugares até então inacessíveis ao homem. E então, vírus que nunca haviam sido perturbados vêm à tona. Mas, se pessoas colonizarem aquela região, é possível que façam ressurgir velhos horrores do passado, inclusive doenças já erradicadas”.

    (Da redação)

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    3 meses por 12,00
    (equivalente a 4,00/mês)

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.