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Menos gripe: o efeito colateral positivo do isolamento social

Análises apontam para um efeito benéfico das medidas de contingenciamento da Covid-19: uma redução acentuada nos casos de gripe

Por Da Redação Atualizado em 28 abr 2020, 15h05 - Publicado em 28 abr 2020, 15h02
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  • Para diminuir a disseminação do Covid-19, muitos países ao redor do mundo implementaram estratégias de proteção individual. Isso inclui quarentena e distanciamento social, fechamento de escolas, restaurantes e outros locais públicos.

    Os governos também aconselharam as pessoas a adotarem hábitos para se protegerem da contração da doença, entre eles lavar as mãos e usar máscaras. Porém, evidências levantadas por pesquisadores do Japão sugerem que a atual pandemia pode também ter um impacto na transmissão sazonal da gripe, e que se pode esperar por médias de casos da doença mais baixas já em 2020.

    O ponto principal sobre essa possibilidade é fato de que a pandemia levou as autoridades de saúde a enfatizar a importância da lavagem das mãos, desinfecção e distanciamento social. Quando implementadas corretamente, essas medidas simples de saúde pública podem funcionar bem para limitar a propagação de doenças respiratórias no geral.

    Antes da pandemia, as preocupações com a higiene das mãos não eram comuns. Uma pesquisa de um estudo no Reino Unido sugeriu que lavar as mãos era algo em que as pessoas não eram particularmente boas. O estudo constatou que apenas 32% dos homens e 64% das mulheres lavaram as mãos depois de usar um banheiro público.

    Por outro lado, uma pesquisa recente, realizada em março de 2020, mostra que 83% das pessoas pesquisadas agora lavam as mãos com mais frequência. Embora não esteja claro se todos foram lavados pelos 20 segundos recomendados,  esse número é representativo da população britânica em geral

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    Ainda, no caso de gripes, as crianças em idade escolar são identificadas como um subgrupo suscetível com uma alta taxa alta da doença a cada surto. Isso se deve em parte à menor imunidade dos pequenos e às amplas oportunidades de contato para transmissão que surgem nas escolas. Com o fechamento na maioria dos países, é plausível que isso possa limitar a transmissão da gripe.

    Por fim, soma-se a tudo isso o isolamento social. Um estudo mostrou que alguém com gripe pode espalhar gotículas infectadas a uma distância de até 1,8 metros. Isso pode acontecer através da tosse, espirro ou conversas. Com novos comportamentos, que exigem ue se tome uma certa distância das outras pessoas, é esperado que a transmissão de influenza diminua.

    Dito isto, na segunda semana de fevereiro de 2020, o Japão registrou uma redução de 60% nos casos de gripe em comparação com a mesma semana de 2019. Relatórios semanais da Public Health England e do Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças também relatam uma diminuição da atividade da gripe durante o mesmo período em comparação com os anos anteriores. Na Dinamarca, um total de 260 pessoas foram diagnosticadas com gripe de 15 a 21 de março, uma queda de 70% frente à semana anterior, quando 884 casos foram confirmados.

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    No ano passado, o Brasil registrou 5,8 mil casos e 1.122 mortes pelos três tipos de influenza. No entanto, ainda não foi possível aferir a mesma redução percebida pelo Japão e países da Europa.

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