Na quarta-feira, 14, Marte e Júpiter poderão ser vistos muito próximos um do outro no céu. É o que os astrônomos chamam de conjunção planetária, um evento raro para quem acompanha os assuntos do cosmos.
Na realidade, o maior planeta do nosso sistema solar e seu vizinho mais escuro e avermelhado estarão a mais de 575 milhões de quilômetros de distância em suas respectivas órbitas.
Para os observadores aqui na Terra, especialmente quem estiver nas Américas, Europa e África, a distância aparente entre os dois planetas será menor que a largura de uma Lua cheia. As melhores vistas serão no céu oriental, em direção à constelação de Touro, antes do amanhecer.
Do hemisfério norte, Marte e Júpiter serão visíveis de meia-noite até o amanhecer, acima do horizonte leste. Do lado debaixo do Equador, os planetas surgirão no nordeste pela manhã, algumas horas antes do nascer do sol.
“Na verdade, a conjunção será visível de qualquer lugar do mundo, incluindo São Paulo, a partir das 3 da manhã, com melhor visibilidade por volta das 4 ou 5 horas”, disse Roberto Dias da Costa, professor e pesquisador do Departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP). “Mas a visibilidade depende das condições meteorológicas, sendo necessário um céu limpo para uma boa observação, o que deve acontecer mais para o fim da semana.”
O evento pode ser observado a olho nu. Com binóculos, é possível identificar as quatro luas galileanas de Júpiter. Já os proprietários de telescópios conseguirão enquadrar os dois planetas de uma vez só — o que não é muito comum
Desde 2018, os planetas não eram vistos tão próximos. E essa conjunção não acontecerá novamente até 2033, quando eles ficarão ainda mais próximos. O mais próximo nos últimos mil anos foi em 1761, quando Marte e Júpiter apareceram a olho nu como um único objeto brilhante. A previsão de algo semelhante acontecer é 2348.