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Mais home runs: como mudanças climáticas estão afetando os esportes

Estudo aponta que aquecimento global reduz a densidade média do ar, o que permite que a bola viaje mais longe em uma partida de beisebol

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 11h03 - Publicado em 7 abr 2023, 10h36
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  • O mundo dos esportes profissionais é, ao mesmo tempo, um causador e uma vítima das mudanças climáticas. Embora faltem dados mais completos sobre a pegada de carbono de cada modalidade, análises apontam que os transportes, por exemplo, necessários para levar equipes em diferentes competições, são bem maiores que em outros setores, o que afeta a emissão de gases. Ao mesmo tempo, o aquecimento global está transformando a maneira como esportes são disputados.

    Um estudo publicado no periódico científico Bulletin of the American Meteorological Society analisou dados de 100 mil partidas da Major League Baseball, principal campeonato de beisebol dos Estados Unidos, de 1962 a 2019. E atribuiu 577 home runs (a rebatida perfeita do jogo que permite ao rebatedor circular todas as bases e anotar uma vantagem) feitos entre 2010 e 2019 ao aquecimento causado pelas mudanças climáticas. O número de home runs representa 1% do total tradicionalmente registrado em uma temporada típica da MLB.

    O aquecimento global, provocado pela emissão de gases causadores do efeito estufa, vem reduzindo a densidade média do ar. Isso significa que há menor resistência no ar e menor arrasto, porque há menos moléculas na trajetória da bola, permitindo que ela viaje mais longe.

    Não é a primeira vez que o tema é analisado por pesquisadores, mas a grande quantidade de dados estatísticos dos jogos de beisebol e técnicas mais eficazes de medir os impactos das mudanças climáticas no esporte têm levado a estudos mais robustos.

    Segundo Christopher Callahan, cientista climático do Dartmouth College e principal autor da pesquisa, o efeito percebido ainda é pequeno, mas tende a aumentar bem mais ao longo do século. “Este estudo é um tanto alegre, mas ilustra a influência penetrante e sutil das mudanças climáticas em nossas vidas diárias”, afirmou, em entrevista à Smithsonian Magazine.

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