De acordo com um estudo publicado na segunda-feira, dia 2, mais da metade dos sem-teto pode ter sofrido algum tipo de trauma cerebral em algum ponto de sua vida. Segundo o artigo, veiculado no periódico científico Lancet Public Health, a lesão pode ser consequência, ou causa, da situação de miséria desses indivíduos.
A pesquisa compilou dados de seis países: Austrália, Canadá, Japão, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos. Descobriu-se que 53% dos sem-teto haviam sofrido esse tipo de trauma na cabeça — ou seja, de duas a quatro vezes mais comum do que entre a média da população. Em 25% dessas pessoas, a lesão foi de gravidade moderada a severa. A agressão pode resultar em danos de longo prazo, inclusive síndromes psiquiátricas e neurológicas.
Segundo os autores do estudo, provenientes de diversas universidades canadenses, é necessário que sejam realizadas mais pesquisas para apurar se o impacto da lesão cerebral seria uma consequência da vida nas ruas. De qualquer forma, afirmam, é preciso oferecer atendimento psiquiátrico aos sem-teto. Vale lembrar que cerca de 150 milhões de pessoas vivem sob essa condição, em todo o planeta.