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Lua tem muito mais água do que se pensava, aponta estudo

Nova pesquisa identifica depósitos sob a crosta espalhados por toda a superfície – não apenas nos polos, como se acreditava

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 18h30 - Publicado em 24 jul 2017, 17h59
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  • O interior da Lua tem quantidades muito superiores de água do que o estimado, sugere um estudo publicado nesta segunda-feira na revista Nature Geoscience. A conclusão da dupla de cientistas da Universidade Brown, nos Estados Unidos, ajuda não apenas a compreender como nosso satélite foi formado, mas pode ter implicações para futuras viagens espaciais – segundo algumas teorias, seria possível utilizar a Lua como base para reabastecimento de voos interplanetários.

    “Encontramos traços de água em todos os lugares nas profundezas da Lua, utilizando dados obtidos por satélites “, explicou à Agência France-Presse Shuai Li, um dos autores do estudo.

    Lua rica em água

    Por muito tempo, a Lua foi percebida como um astro árido, “completamente seco” e de “uma magnífica desolação” – como definiu Buzz Aldrin, o segundo homem a pisar no satélite. Contudo, em 2008, pesquisadores descobriram moléculas de água no interior do manto lunar (camada sob a crosta terrestre) em amostras trazidas à Terra pelos astronautas do Programa Apollo, da Nasa. A partir desse achado, os astrônomos têm tentado definir quão rico em água seria nosso satélite e se as rochas trazidas seriam representativas da maior parte da Lua.

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    “Ainda era preciso descobrir se estas amostras refletiam as condições gerais das entranhas da Lua, ou se representavam regiões excepcionalmente ricas em água, anormais em uma crosta seca”, afirmou Ralph Milliken, também da Universidade de Brown e coautor do estudo.

    Por meio de dados obtidos pelo instrumento Moon Mineralogy Mapper, a bordo do satélite indiano Chandrayaan-1, lançada em 2008, os pesquisadores conseguiram esclarecer que os depósitos vulcânicos contêm quantidades excepcionalmente elevadas de água, proveniente das profundezas da Lua. “Estes depósitos ricos em água estão distribuídos sobre a superfície, comprovando que a descoberta de água em amostras do programa Apollo não é um caso isolado”, explica Milliken.

     

    De acordo com o estudo, estes depósitos são enormes, podendo chegar a até 1.000 quilômetros quadrados. Por isso, mesmo que a água responda por apenas 0,05% deles, pode-se supor que o satélite seja “incrivelmente rico em água”, segundo os pesquisadores.

    A descoberta pode ter uma aplicação concreta no futuro. “A água poderia ser utilizada como um recurso ‘in situ’ para uma posterior exploração” do espaço, de acordo com Shuai Li.

    A substância poderia ser usada não apenas para as necessidades dos colonos, mas também como agente propulsor. Com isso, seria possível contar com uma espécie de posto de reabastecimento – algo essencial, considerando-se o alto consumo de combustível desde o lançamento da superfície terrestre.

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    (Com AFP)

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