Quando pensamos em meteoritos é comum lembrar, ou das estrelas cadentes que iluminam noites de sorte, ou da grande rocha que atingiu a Terra há 66 milhões de anos, dizimando os dinossauros e a maioria dos outros seres que aqui viviam. Um estudo divulgado nesta semana, no entanto, traz uma nova visão destes corpos celestes. Segundo os autores, um grande corpo que colidiu com o nosso planeta pode ter “dado um gás” para a vida que começava a prosperar, ainda em seus primórdios.
Isso ocorreu há 3,26 bilhões de anos. Nessa época já haviam surgido os primeiros seres fotossintéticos, ainda unicelulares, quando um rocha algo entre 50 e 200 vezes maior que o Chicxulub — meteorito que matou os dinossauros — atingiu a Terra. Isso, definitivamente, matou boa parte dos seres que começavam a ganhar espaço, mas segundo o artigo publicado no Pnas, periódico científico da Academia Americana de Ciências, também pode ter dado um boost em algumas outras formas de vida.
Como o meteorito impactou a vida na Terra?
A evidencias desse grande impacto foram encontradas no cinturão de Barberton Greenstone, na África do Sul. Ao analisar cuidadosamente, um grupo de pesquisas de Harvard concluiu que o impacto teria levado a fervura da parte mais superficial da água do mar, além de levantado uma grande quantidade de detritos na atmosfera.
Mas nem tudo é ruim. Além desse caos, o impacto também pode ter levantado nutrientes presos no fundo do mar, como o ferro, além de ter enriquecido o planeta com fósforo. Isso teria possibilitado o surgimento de novas formas de vida, que prosperariam ao longo de período de estabilidade que se seguiu ao impacto. “Nós pensamos em eventos de impacto como sendo desastrosos para a vida, mas o que este estudo está destacando é que esses impactos teriam tido benefícios para a vida, especialmente no início”, disse Nadja Drabon, pesquisadora de Harvard e autora do artigo, ao portal Science Alert. “Esses impactos podem ter realmente permitido que a vida florescesse.”
Aparentemente, a vida está fadada a prosperar.