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Iluminação das ruas afeta cadeia alimentar de animais, mostra estudo

Locomoção limitada, alteração da dieta e aumento de hábitos noturnos são outros impactos causados pela presença de humanos na vida de animais

Por Sabrina Brito 29 jul 2018, 16h35
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  • Uma pesquisa publicada na última quinta-feira, 26, pela Universidade de Exeter, no Reino Unido, revelou que a iluminação das ruas durante a noite influencia as teias alimentares de algumas espécies.

    De acordo com a investigação, luzes pouco intensas podem facilitar a vida de algumas vespas que se alimentam de pulgões, um tipo de inseto que consome a seiva das plantas. Com esse auxílio, a eficácia do predador chega até mesmo a dobrar. No entanto, quando a claridade é intensa, as vespas se distraem com a luz e se afastam das suas presas. Assim, a intensidade da iluminação noturna das vias está diretamente ligada à quantidade de pulgões em uma região.

    Essa alteração na dinâmica da vida animal, causada pelo homem e suas construções, pode ocorrer em outros ecossistemas, afirmam os pesquisadores. Segundo estudos, mariposas e morcegos também podem ser afetados pela iluminação de um ambiente.

    Veja, a seguir, alguns exemplos de investigações que examinaram os efeitos da interferência humana sobre as mais variadas formas de vida.

    A presença de pessoas limita os movimentos dos animais

    No dia 26 de janeiro deste ano, pesquisadores da Universidade de Constança, na Alemanha, publicaram um artigo que revelou que, em áreas com grandes quantidades de pessoas, os mamíferos terrestres (a exemplo dos bois) se mexem pouco, quando em comparação à sua movimentação normal. A diferença é notável: nesse tipo de lugar, esses seres se locomovem de 50% a 67% menos do que em regiões onde há baixos níveis de atividade humana.

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    De acordo com um dos cientistas envolvidos no estudo, a diminuição dos movimentos desses animais pode ter consequências negativas, como uma redução na dispersão de sementes e até mudanças nas cadeias alimentares.

    O homem muda a dieta de algumas espécies

    Com base na análise da nutrição de ratos em três ilhas da Polinésia, ao longo de um período equivalente a dois mil anos, pesquisadores descobriram que o consumo de alimentos dos animais dependia da atividade humana no ambiente. Os cientistas do Instituto Max Planck pela Ciência da História Humana conseguiram revelar, por meio da dieta dos roedores, as mudanças que as pessoas fizeram nos ecossistemas regionais. O trabalho foi publicado no dia 4 de junho deste ano.

    Conforme o homem tomava conta de um lugar nessas ilhas, com plantações e construções, toda a dinâmica da vida em volta daquela área era alterada, o que acabava por mudar os padrões alimentares dos ratos. As mudanças feitas na região podiam resultar, por exemplo, na extinção de espécies e em mudanças na composição do solo.

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    Animais diurnos adotaram hábitos noturnos por nossa causa

    Profissionais da Universidade da Califórnia em Berkeley publicaram, no dia 14 de junho de 2018, um estudo sobre o impacto que o homem tem nos hábitos e comportamentos animais. Segundo a investigação, muitas espécies diurnas têm adotado um comportamento noturno apenas para evitar contato com pessoas.

    As formas de atividade humana que levaram a essa alteração vão desde a caça até simples caminhadas. Ou seja, o avanço das cidades não precisa ser predatório para interferir nas vidas de outros seres vivos.

     

     

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