Conforme cresce a conscientização sobre o aquecimento global e a poluição, aumenta também a pesquisa por outros combustíveis mais limpos do que a gasolina e o etanol. A dimensão dos problemas causados por esses compostos é enorme: um estudo da USP revelou, em julho, que metade da poluição do ar de São Paulo se deve às emissões por parte de caminhões e ônibus.
Dentre as opções mais promissoras para tomar o lugar da gasolina e do etanol está o gás hidrogênio, cuja queima libera grandes quantidades de energia e produz principalmente água – substância inofensiva, diferentemente do gás carbônico gerado pela queima dos combustíveis usados atualmente.
Então por que ainda não substituímos esses compostos mais danosos ao meio ambiente pelo hidrogênio? Existe um obstáculo para o emprego amplo desse gás como fonte de energia: obtê-lo em quantidades suficientes para queimar é complicado. Até agora, o método usado para esse fim está relacionado a uma tecnologia que envolve eletricidade, água e metais preciosos, como a platina. Por serem raros, esses materiais são caros, o que torna o procedimento financeiramente inviável em uma escala mundial.
No dia primeiro de agosto, foi publicado um estudo que pode alterar esse cenário. Um aluno da Universidade Stanford, dos Estados Unidos, desenvolveu uma forma de sintetizar hidrogênio que não exige esses metais valiosos. O método de Xinjian Shi transforma baratos sulfetos de metal em eletrodos potentes, garantindo a reação desejada a um baixo preço.
Agora, os cientistas buscam o eletrodo que mais se aproxima da platina, procurando otimizar a reação química. Um candidato que suscita esperança é o dissulfeto de molibdênio, conhecido como um tipo de lubrificante seco. A diferença no preço desse composto em comparação à platina é gritante: enquanto um grama do dissulfeto custa cerca de R$1,60, o grama do metal vale aproximadamente R$116.