Nesta terça-feira, 23, a Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, conhecida como CERN, anunciou uma descoberta que pode apontar para um novo tipo de física.
Dez anos de informações acumuladas com base em observações no Grande Colisor de Hádrons, em Genebra, colaboraram para a construção de um modelo que previa a forma de decadência de partículas instáveis conhecidas como mésons B. De acordo com os cientistas, seria esperado que os mésons B decaíssem e se transformassem em elétrons e muões (partículas de carga negativa, parecidas com os elétrons) em quantidades iguais.
Entretanto, os pesquisadores notaram que algo inesperado estava acontecendo. Em vez de produzirem muões e elétrons em taxas idênticas, os mésons B mostraram uma “preferência” por se tornarem elétrons. Como resultado, os cientistas constataram a possibilidade de que esses dois processos não acontecem no mesmo ritmo, diferentemente do que se pensava.
Ainda não é possível afirmar se se trata de uma peculiaridade acidentalmente notada pelos pesquisadores ou de um processo que consistentemente trará os mesmos resultados. Segundo os cientistas, a chance de ser uma particularidade casual é de 0,1%.
Se confirmada, a descoberta poderia indicar que falta uma peça no modelo clássico da física de partículas, que, por enquanto, explica três forças da natureza: o eletromagnetismo, a força fraca (responsável por reações nucleares no Sol) e a força forte (que faz com que o núcleo de um átomo permaneça junto).
Ainda há muito que a física de partículas não explica, a exemplo da gravidade. Caso o achado cumpra seu potencial, pode se tratar da porta de entrada para uma vertente inteiramente nova da física.
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