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Cientistas britânicos: “Nós vivemos na Era das Galinhas”

De acordo com novo estudo, número gigantesco de frangos que vivem hoje pode ser decisivo para nomear o nosso período

Por Sabrina Brito Atualizado em 20 dez 2018, 20h02 - Publicado em 20 dez 2018, 18h36
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  • A cada ano, 65 bilhões de galinhas são consumidas por nós. Atualmente, existem cerca de 23 bilhões dessas aves no planeta, o que representa um número pelo menos dez vezes maior do que o de qualquer outro pássaro. Para além da enorme importância desse animal no nosso dia a dia, é necessário levar em conta também o fato de que o ser humano, por meio de estudos genéticos e da seleção artificial, mudou a biologia dos frangos, tornando-os mais úteis para nós (selecionando os indivíduos com mais carne e melhor gosto, por exemplo). Baseados nessas e em outras informações, cientistas liderados por representantes da Universidade de Leicester, na Inglaterra, publicaram um artigo no periódico Royal Society Open Science afirmando que nós vivemos na Era das Galinhas.

    Já faz mais de 8.000 anos que os frangos foram domesticados pelo ser humano. Desde então, pouco a pouco, eles foram cada vez mais manipulados pelo homem. O resultado final é que, atualmente, esses animais são cinco vezes mais pesados do que seus antecessores na natureza, além de possuírem uma mutação genética que os faz sentir mais fome – o que, por sua vez, os faz ganhar peso mais rapidamente, acelerando o abate.

    Assim, com o passar dos anos, a vida das galinhas foi sendo condicionada à do homem. No século XXI, chegamos a um ponto em que elas não seriam mais capazes de viver na natureza, de acordo com os cientistas responsáveis pelo estudo. Elas são criadas em locais com temperatura controlada e longe de predadores, por exemplo – condições obviamente irreplicáveis no mundo selvagem.

    Mas o que acontecerá com os restos desses bilhões de animais? Ossos de aves não costumam fossilizar bem em qualquer lugar, já que são muito frágeis. No entanto, muitos ossos de frangos têm como destino os aterros sanitários, onde podem ser mumificados e até mesmo fossilizados. Assim, existe uma grande chance de que esses ossos sobrevivam à ação erosiva do tempo.

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    De acordo com os pesquisadores guiados pela universidade inglesa, o nosso tempo na Terra será marcado exatamente pela grande quantia de restos ósseos dessas galinhas que estarão espalhados pelo mundo. No futuro, arqueólogos encontrarão, junto com esses vestígios orgânicos, um grande número de outros itens, como plásticos e tecnofósseis (restos de aparelhos digitais). No entanto, dada a grande quantidade de frangos que vivem atualmente, é possível que os dias atuais fiquem conhecidos como a Era das Galinhas, como propõem os pesquisadores do estudo citado.

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