Pesquisadores da Universidade Tohoku, no Japão, desenvolveram um útero artificial capaz de manter vivos fetos de carneiros extremamente prematuros, que vieram ao mundo no que seria o equivalente a um feto humano no quinto mês de gestação. A descoberta, publicada no dia 25, na revista científica American Journal of Obstetrics & Gynecology, é um avanço de um experimento de 2017, realizado pelos mesmos cientistas e que conseguiu gestar um cordeiro em sua última semana pré-natal.
A ideia do útero artificial é manter o bebê em um ambiente muito parecido com o qual ele estaria durante a sua fase de desenvolvimento gestacional. “Com o aprimoramento da tecnologia, o que hoje pode ser considerado algo futurista, deve se tornar um padrão de cuidado muito em breve”, afirma o médico Matt Kemp, um dos líderes da pesquisa.
Cerca de 15 milhões de bebês nascem prematuros a cada ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) . Espera-se que esse número aumente, trazendo mais crianças ao mundo antes de completarem 37 semanas de gestação.
As complicações do parto prematuro foram responsáveis por quase um milhão de mortes em 2015, tornando-se a principal causa de morte entre crianças com menos de 5 anos de idade – após o nascimento antecipado, há risco de desenvolver doenças, insuficiência respiratória, cardíaca e neurológica, no início da infância. Em humanos, os tratamentos disponíveis atualmente reduziram o limite de sobrevivência para 23 semanas, mas têm um custo muito alto.
Além de uma elevada taxa de mortalidade, os pequenos pulmões e corações dos prematuros são mal equipados para suportar o trauma de métodos atuais de intubação, com uso de ventiladores e bombas artificiais. Espera-se que com o desenvolvimento de úteros artificiais esses problemas sejam superados.