Árvores, de forma geral, precisam de altas temperaturas para se desenvolver. Por isso, com o aquecimento global essas plantas têm tido um número maior de dias aproveitáveis e, assim, têm crescido mais. Apesar de esse fato parecer positivo, um estudo das florestas da Europa Central apontou outro efeito do clima mais quente: quando somado à poluição e às más práticas agrícolas, ele tem tornado a madeira mais fraca, resultando em árvores que quebram com mais facilidade do que o normal.
Se a qualidade da madeira tivesse se mantido inalterada e acompanhado o crescimento dessas plantas, o aumento em seus tamanhos poderia indicar uma maior quantidade de carbono sendo sequestrada da atmosfera, uma vez que árvores usam esse elemento em seus ciclos metabólicos. Isso, em tese, seria benéfico para o planeta, pois representaria uma possível desaceleração do aquecimento global, frequentemente relacionado ao aumento da porcentagem de carbono na atmosfera.
No entanto, a nova pesquisa mostrou que, nas quatro espécies investigadas, a densidade da madeira obteve uma piora de 8% a 12% desde 1870, e está mais frágil do que nunca. De acordo com os cientistas, uma degradação tão grande não era esperada. Um dos culpados, segundo eles, é a grande quantidade de nitrogênio nos solos, proveniente tanto de fertilizantes agrícolas quanto dos gases emitidos por veículos que, em certas quantias, pode tornar mais fraca a estrutura das plantas.
O nível de carbono sendo captado por essas árvores também caiu, mas em quantidades ainda maiores: cerca de 50%. Isso quer dizer que as plantas têm capturado muito menos CO2 da atmosfera do que antes. Como esse gás é um acelerador do aquecimento do planeta, a descoberta representa um cenário muito negativo para o meio ambiente.