Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

7 vezes em que os biólogos fizeram História

Em homenagem ao Dia do Biólogo, relembramos grandes feitos da área que mudaram a história da humanidade

Por Abril Branded Content | Marina Maciel
Atualizado em 21 ago 2017, 14h20 - Publicado em 2 set 2016, 16h14
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Da produção eficiente de alimentos à cura das mais desafiadoras doenças, a Biologia tem papel fundamental na construção da sociedade moderna, fazendo parte do nosso cotidiano e da nossa história. O Dia Nacional do Biólogo, 3 de setembro, homenageia os 37 anos da regulamentação da profissão no Brasil. Nesta data, listamos grandes contribuições feitas por biólogos no curso da história, que, até hoje, guiam pesquisas e a nossa forma de encarar o mundo.

    1) Da Ciência para a História

    Enquanto Alexandre, o Grande, expandia o que se tornou um dos maiores impérios do mundo, do Ocidente ao Oriente, seu professor, Aristóteles (384 a 322 a.C.), fazia também grandes contribuições para a Ciência e a História. Além de filósofo, Aristóteles foi autor de reconhecidas obras naturalistas, que documentaram cerca de 500 amostras de plantas e animais quatro séculos antes de Cristo.

    O filósofo acreditava que conhecer a natureza era uma tarefa de grande importância para a humanidade. “As ideias, modelos e experiências desenvolvidas por Aristóteles ajudaram a moldar a história natural e a desenvolver a classificação do mundo natural”, explica o professor doutor José Luiz Goldfarb, especialista em História da Ciência.

    Aristóteles e seu pupilo Alexandre, o Grande
    Aristóteles e seu pupilo Alexandre, o Grande (Charles Laplante/CC)

    2) A incrível viagem do Beagle

    Continua após a publicidade

    Enquanto os grandes impérios europeus buscavam territórios estratégicos no Novo Mundo no século 19, o navio HMS Beagle zarpou em 1831 sem saber que sua jornada de cinco anos mudaria a história da humanidade. Nele, estava o jovem naturalista britânico Charles Robert Darwin (1809 a 1882), então com 32 anos, que escreveu posteriormente a sua mais famosa obra, A Origem das Espécies, publicada em 1859, e escandalizou a sociedade ao declarar que todas as espécies evoluíram com base na seleção natural. Até o Homem.

    Contemporâneo e colega de Darwin, Alfred Wallace (1823 a 1913) também desenvolveu teorias que apoiavam a teoria da evolução. Goldfarb comenta: “Ambos foram cientistas fundamentais, mas suas descobertas resultaram de processos da história e da cultura. Uma série de fatores corroborou para o desenvolvimento da teoria, inclusive as viagens europeias de reconhecimento do Novo Mundo. Se não fosse Darwin a lançá-la, seria outro”, acredita.

    Não apenas a Biologia se apropriou das descobertas da seleção natural, mas o pensamento moderno como um todo, em diversas áreas do conhecimento. “As ideias de Darwin tiveram grande reflexo nas teorias econômicas e no pensamento liberal na época da Revolução Industrial”, conta o professor doutor Murilo Damato, especialista em Engenharia Hidráulica e Sanitária. “Ainda hoje, o mercado de trabalho estimula a competição e a lei do mais adaptado que sobrevive. A flexibilidade no ambiente de trabalho determina o profissional mais qualificado”, completa.

    3) O monge e as ervilhas

    Continua após a publicidade

    Longe dos famosos jardins do Palácio de Versalhes, o pacato jardim do atual mosteiro de Brno, na República Checa, foi palco da descoberta da hereditariedade, teoria que hoje é pilar para projetos como a decodificação do genoma humano e a constante seleção artificial de alimentos.

    Foi neste jardim que Gregor Johann Mendel (1822 a 1884) estudou a reprodução de ervilhas. Neste simples legume, Mendel viu uma espécie que se reproduzia rapidamente e com características marcantes, favorecendo a identificação dos genes. Apesar de sua obra ter sido publicada em 1865, foi apenas no século 20 que suas descobertas ganharam o devido destaque.

    A teoria de Mendel junto com a seleção natural de Darwin consolidaram a base do nosso atual entendimento do que é a evolução da vida, escreve Charles van Doren em seu livro Uma Breve História do Conhecimento. Mestre em astrofísica e ex-editor da Encyclopædia Britannica, van Doren ainda afirma que Mendel foi o primeiro a perceber que a hereditariedade é muito mais complicada do que uma simples mescla de características do pai e da mãe de determinado indivíduo – ela também é o meio pelo qual a vida evolui.

    4) Lutando contra o invisível

    Continua após a publicidade

    O leite pasteurizado, facilmente encontrado nos mercados e vendinhas mais próximos de você, leva no nome uma homenagem ao cientista francês Louis Pasteur (1822 a 1895), que dedicou boa parte de sua vida à química e à microbiologia. Em 1864, munido de seu microscópio composto, Pasteur desenvolveu um processo de aquecimento e resfriamento que matava as bactérias que azedavam vinhos e cervejas. A pasteurização de alimentos utilizada hoje pela indústria alimentícia é derivada da descoberta de Pasteur.

    Este simples procedimento, nas suas diversas variações, revolucionou a luta dos seres humanos contra os micróbios, formas de vida que são invisíveis a olho nu, desde a conservação de alimentos até a vacina, desenvolvida também pelo próprio Pasteur.

    Tableau_Louis_Pasteur
    O cientista francês Louis Pasteur (Albert Edelfelt/Domínio público)

    5) A primavera silenciosa

    Continua após a publicidade

    Quando a bióloga marinha Rachel Carson (1907 a 1964) publicou o célebre livro Primavera Silenciosa, em 1962, certamente não imaginou que influenciaria o presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, e posteriormente o vice-presidente do país, Al Gore. Na época, não havia sequer uma agência de proteção ambiental nos EUA e a indústria química podia lançar até mesmo pesticidas não testados no meio ambiente. Isso mudou com a contribuição de Carson.

    Com o livro da bióloga, o movimento ambiental global ganhou fôlego. “A questão ambiental antes de Rachel Carson era muito atrelada ao movimento da contracultura. Depois do livro, passou a ser estudada como ciência”, sinaliza Goldfarb.

    Para Damato, é importante ressaltar outros biólogos relevantes à defesa do meio ambiente, como o norte-americano Eugene Odum (1913 a 2002), com importante trabalho sobre ecossistemas; o espanhol Ramón Margalef i López (1919 a 2004), que deu contribuições à ecologia aquática e à dinâmica de rios; e o brasileiro Samuel Murgel Branco (1930 a 2003), pioneiro da área de hidrobiologia aplicada.

    6) DNA e sua dupla hélice, o código da vida

    O DNA, hoje um termo popular em diversos contextos como investigação policial científica e em filmes de ficção científica, é uma descoberta relativamente recente. A estrutura de dupla hélice foi descoberta em 1953 pelo naturalista norte-americano James Watson (1928-) e pelo físico inglês Francis Crick (1916 a 2004).

    Basicamente, o modelo explica como as características hereditárias são codificadas e passadas adiante. Hoje, o estudo do DNA e a sua dupla hélice é uma das mais poderosas ferramentas que a humanidade possui para entender o próprio ser humano e suas interações com a vida no mundo. Dele, surgiu uma ciência nova, a genética, que, segundo van Dorer, “é uma das vitórias do conhecimento do nosso século”.

    Continua após a publicidade

    Complementar ao estudo da molécula do DNA, a geneticista norte-americana Nettie Maria Stevens (1861 a 1912) proveu importante contribuição em trabalho coletivo de determinação de sexo por cromossomos em insetos, significativo para o desenvolvimento da teoria cromossômica, segundo a professora doutora Ana Paula Moraes Brito, historiadora da ciência.

    7) Muitos biólogos e uma grande causa

    Um esforço conjunto de toda a humanidade por uma causa: esta é a ideia por trás do Projeto Genoma, lançado em 1990 para desvendar o código genético dos organismos. A iniciativa concluiu o mapeamento dos genes humanos, carro-chefe do estudo, em 2003, e seus resultados já beneficiam diversas áreas do conhecimento. Um exemplo na área da saúde é a prevenção e tratamento de doenças genéticas, como a hemofilia.

    O Brasil conta com vasto time de biólogos envolvidos neste projeto. Entre eles, destacamos uma pesquisadora de alto nível na área, a premiada Mayana Zatz (1947-), bióloga molecular e geneticista. “Vale ressaltar ainda a contribuição de Chana Malogolowkin (1924-) para o estabelecimento da genética no Brasil, visto que ela fundou a Sociedade Brasileira de Genética e é uma das mais importantes biólogas brasileiras”, finaliza a professora Moraes Brito.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.