Eles não costumam se queixar da solidão na boleia, mas, quando chega a hora do almoço ou do jantar e, consequentemente, de encontrar seus pares pelos postos de combustível, os caminhoneiros abrem um sorriso do tamanho do Brasil. Os sotaques se misturam. É gente de todo o país que, por um acaso, se encontrou naquela hora, naquele lugar.
Misturam-se também os sabores. Um traz temperos de Pernambuco, outro, um queijo de Minas, outro promete fazer um prato paraense, outro tira da cartola uma fruta típica do cerrado. Caminhoneiro bom de estrada tem fogão, tem panela, tem botijão, tem mesa, tem cadeira.
Nesta parada da Expedição Vozes do Futebol, nos arredores de Marabá, sul do Pará, teve tudo isso enquanto assistiam a uma partida de futebol pela televisão, que também um dos caminhoneiros carrega para garantir que as torcidas das estradas estejam sempre atualizadas. Nosso almoço foi à moda gaúcha: churrasco, amizade e futebol.