“Oi, meu filho”, diz a mãe. “Oi, Evandro, quando é que você vai chegar, meu amor?”, pergunta a esposa. “Bênção”, pede a filha. O celular de Evandro não para de apitar. É a família querendo notícias do cearense que cruza o Nordeste com seu Mercedes-Benz.
Caminhoneiro que é caminhoneiro, garante ele, sente saudades. Adora a estrada, mas quer voltar pra casa. Adora a estrada, mas quer estar perto da família. Adora a estrada, mas quer estar com os amigos.
Francisco Evandro da Silva, que conversou com a Expedição Vozes do Futebol nos arredores de Fortaleza, diz que o telefone celular abrandou muito a falta que sentia em suas andanças. “Antigamente era muito complicado. Hoje tem o grupo de conversa da família no celular. É como se eu estivesse perto de casa, mas estando longe”, afirma. “A gente tem que se adaptar. A função da gente é essa.”
Entre as mensagens da família querendo saber onde ele está, perguntando se está tudo bem e, principalmente, buscando informações sobre sua volta, surgem os camaradas trazendo as informações do próximo futebol no bairro.
“É importante voltar a tempo de bater uma bolinha com os amigos no fim de semana”, conta. Evandro afirma que, apesar de a patroa, às vezes, ficar até com um pouco de raiva, ela sabe que, depois do apito final, é hora de voltar para casa e aproveitar ao máximo a família.