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Viúva de Marielle cobra explicação sobre mandante do crime

Após a prisão dos suspeitos da morte da vereadora, Monica Benício diz que não quer aguardar mais um ano para saber quem mandou matar sua companheira

Por Da Redação Atualizado em 12 mar 2019, 16h24 - Publicado em 12 mar 2019, 14h27
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  • Viúva de Marielle Franco, a ativista Monica Benício afirmou que as prisões de dois suspeitos do assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes são “um passo importante na investigação”, mas ressaltou que ainda é preciso saber quem é o mandante da execução e a motivação do crime. O policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Queiroz foram presos na manhã desta terça-feira, 12, e denunciados sob suspeita de matar Marielle e Anderson.

    “Mais importante que a prisão de ratos mercenários é responder a questão mais urgente e necessária de todas: quem mandou matar Marielle? Espero não ter que aguardar mais um ano para saber quem foi o mandante disso tudo. Essa resposta e a condenação final de todos os envolvidos o Estado deve a todas e todos que sofrem com a perda de Marielle e a própria democracia”, afirmou Monica.

    A assessora de Marielle, Fernanda Chaves, que estava no carro junto com a vereadora no dia em que ela foi morta, afirmou que a prisão dos suspeitos é um “um grande avanço”, mas lembrou que o mais importante é chegar aos mandantes da execução.

    “Não é fácil acordar e me deparar com as figuras acusadas de metralhar o carro em que eu estava, responsáveis por acabar com as vidas de Marielle e Anderson”, disse Chaves. “Mas as notícias dão conta da apreensão de material e equipamento, o que pode ser essencial para chegar nos mandantes. Essa é a mais importante das respostas, quem mandou matar Marielle. A gente segue aguardando. O mundo inteiro quer saber quem mandou e quais foram as motivações”.

    A Anistia Internacional divulgou uma nota sobre as prisões dos policiais supostamente envolvidos no assassinato da vereadora, que completa um ano no dia 14 de março. “Essas pessoas devem ser levadas à Justiça para que, em um julgamento que respeite o devido processo, a eventual responsabilidade criminal seja determinada”, diz o texto.

    “Agora, mais do que nunca, a Anistia Internacional reitera a necessidade de, como já foi feito em outros países, um grupo externo e independente de especialistas para acompanhar as investigações e o processo. A organização reitera que ainda há muitas perguntas não respondidas e que as investigações devem continuar até que os autores e os mandantes do assassinato sejam levados à justiça”, completa a Anistia Internacional.

    Presos

    Ronnie Lessa é acusado de ter feito os disparos que atingiram Marielle e Anderson, enquanto Élcio Queiroz é apontado como o motorista do carro que levava Ronnie. A Polícia Civil ainda prossegue com a investigação sobre o mandante dos crimes.

    Ronnie foi aposentado da Polícia Militar do Rio depois de um atentado a bomba contra ele, que resultou na amputação de uma de suas pernas e teria sido provocado por uma briga entre facções criminosas ligadas ao jogo-do-bicho na cidade. Élcio Queiroz, que foi afastado da PM por fazer segurança ilegal, chegou a ser preso em 2011 na Operação Guilhotina, da Polícia Federal. A investigação apurou o envolvimento de policiais militares com traficantes de drogas e com grupos milicianos.

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    Outro lado

    Os advogados de Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz negaram o envolvimento de seus clientes no caso. Logo após a prisão, Lessa e Queiroz receberam a visita dos defensores, na Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. “O Élcio não estava nem nesse dia. Eu tenho certeza de que não tem foto dele no carro e muito menos gravação dele nesse dia lá. E tenho certeza de que a vítima que sobreviveu não vai reconhecer o meu cliente”, disse Luís Carlos Azenha, advogado do ex-policial militar.

    O advogado de Lessa, Fernando Santana, disse que só conversou com seu cliente rapidamente depois da prisão e que ele nega a participação no crime. “Ele nega de forma veemente que tenha feito qualquer tipo de assassinato. Ainda vou ter acesso ao inquérito, não tive oportunidade de ter. Primeiro estava em segredo de Justiça, agora que nos peticionamos, eu e minha equipe, para poder ter ideia de como chegou à prisão do Ronnie Lessa”.

    (Com Estadão Conteúdo)

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