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Vítima de chacina em Campinas tinha acusado ex-marido seis vezes

Isamara Filier registrou cinco boletins de ocorrência contra Sidnei Ramis de Araújo entre 2005 e 2015 e o denunciou por abuso sexual contra o filho

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 21h01 - Publicado em 3 jan 2017, 08h25
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  • Pessoas se aglomeram em volta de casa onde houve assassinato de 13 pessoas da mesma família em Campinas, na noite de Reveillón
    Moradores se aglomeram ao redor de casa onde 12 pessoas foram assassinadas em Campinas, interior de São Paulo (SP), durante o Réveillon - 01/01/2017 (Denny Cesare/Codigo 19/Folhapress)

    Entre 2005 e 2015, a técnica em contabilidade Isamara Filier, de 41 anos, registrou cinco boletins de ocorrência contra o ex-marido Sidnei Ramis de Araújo, de 46 anos, por crimes de agressão e ameaça. Ela também já tinha denunciado Araújo por abuso sexual contra o filho na Justiça. Isamara, a criança, João Victor, de 8 anos, e outras dez pessoas foram assassinados na noite de réveillon em Campinas, no interior de São Paulo. Depois, Araújo se matou.

    Isamara ganhou a guarda do filho depois de denunciar à Justiça que o menino teria sido abusado sexualmente pelo pai. Segundo a polícia, a decisão judicial deixou Araújo consternado e foi o principal motivo para que ele cometesse o crime. A denúncia foi feita no início de 2012.

    No Natal daquele ano, ela foi até a Delegacia da Mulher, em Campinas, e afirmou que foi ameaçada pelo ex-marido por telefone. Durante uma discussão, ele teria dito “vou te matar”. A queixa seguinte foi em setembro de 2013. Segundo o boletim de ocorrência, Araújo estava brincando com o filho durante uma visita monitorada e empurrou a mulher, que caiu.

    Em dezembro de 2014, a Polícia Militar foi chamada até um clube da cidade. Lá, Araújo foi flagrado descumprindo uma ordem judicial, que o proibia de se aproximar do filho fora dos dias de visita monitorada. O menino estava jogando futebol e o pai foi surpreendido na arquibancada por Isamara. Por último, em junho de 2015, foi feita a ameaça mais grave. Isamara disse à polícia que o ex-marido a ameaçou de morte: ele teria dito que “é melhor você ir conversar com o diabo, porque nem Deus vai te ajudar! Porque você e a vaca da sua mãe vão pagar!”.

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    Segundo a polícia, em nenhum dos casos Isamara quis receber medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha.

    Investigação

    O 3º DP de Campinas vai investigar o que motivou os doze assassinatos e o suicídio de Araújo. Os policiais apreenderam uma gravação com o assassino no local do crime. Nela, o atirador teria se justificado e pedido desculpas para amigos. O material, junto com dez explosivos e cápsulas de pistola 9 milímetros encontrados na casa foram encaminhados para a perícia.

    O foco da investigação é descobrir quem vendeu a arma para Araújo. Nesta semana, estão previstos os primeiros depoimentos de testemunhas e parentes das vítimas e do atirador.

    Antes do ataque, Araújo havia enviado um e-mail coletivo para os amigos, explicando os motivos que o levaram a matar a ex-mulher e a família dela. O e-mail contém um arquivo com áudios nos quais o atirador revela todo o ódio que sentia em relação a Isamara.

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    Ele diz também que pretendia cometer o massacre na noite de Natal. “Eu tentei pegar a vadia no almoço do Natal e dia da minha visita, assim pegaria o máximo de vadias da família, mas, como não tenho prática, não consegui”, disse o atirador. A polícia ainda não tem esse documento.

    Enterro

    Os corpos das doze vítimas foram enterrados no fim da manhã desta segunda-feira, no Cemitério da Saudade. O sepultamento foi acompanhado poro cerca de 1.000 pessoas, entre parentes, amigos e curiosos.

    Os sepultamentos começaram por volta das 9h20, de dois em dois, por causa da quantidade de vítimas. Os últimos corpos a serem sepultados foram de Isamara, João Victor e do irmão dela, Rafael Filier, de 33 anos. Comovida, a família pediu para que a imprensa se afastasse do túmulo.

    O pai de Isamara, Jovair Filier, acompanhou o cortejo com ajuda de um carrinho elétrico. Segundo amigos, há dois anos ele perdeu a mulher. Agora, o casal de filhos. “Ficou só”, disse uma ex-empregada da família.

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    (Com Estadão Conteúdo)

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