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Postagem de Bolsonaro violou regras do Twitter nas primeiras 2 horas

Antes da marcação de 'mídia sensível', 40 mil seguidores já haviam comentado a publicação contendo vídeo obsceno exposto sem aviso no Twitter

Por Redação
Atualizado em 6 mar 2019, 12h46 - Publicado em 6 mar 2019, 12h26
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  • O vídeo obsceno publicado por Jair Bolsonaro na noite desta terça-feira, 5, em sua conta no Twitter, estaria completamente dentro da política de conteúdo da rede social se o presidente tivesse sinalizado sua publicação como “mídia sensível” desde o momento da postagem. As regras do Twitter permitem algumas formas de violência explícita e/ou conteúdo adulto, contanto que o perfil marque essa advertência. Bolsonaro, porém, levou duas horas para marcar que a publicação continha uma cena explícita, e assim expôs no período todos os usuários da rede à postagem.

    O vídeo publicado pelo presidente não traz identificação de onde ocorreu a gravação e mostra um homem urinando na cabeça de outro, entre outros flagrantes sexuais. “É isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro”, escreveu Bolsonaro, pedindo que os 3 milhões e meio de seguidores de seu perfil tirassem suas próprias conclusões e que debatessem a respeito. Antes da marcação de “mídia sensível”, cerca de 40 mil seguidores já haviam comentado a publicação. A maioria, inclusive apoiadores do presidente do PSL, criticava a imagem exposta sem aviso no Twitter. 

    Em texto publicado em seu blog no site de VEJA, o colunista Ricardo Noblat chamou a atenção para o cometário do jornalista Fabio Pannunzio, apresentador do Jornal da Band: “Bolsonaro, a minha neta de seis anos tomou conhecimento dessa cena no seu Twitter. Ela e outros milhões de crianças cujos pais o seguem. Quero ver como o presidente da República vai explicar o que elas viram. Você precisa de tratamento médico com urgência”, escreveu Pannunzio.

    A indicação de que a postagem pode conter “mídia sensível” pode ser colocada pelo próprio Twitter ou por meio de sinalização dos usuários da rede. Com a marcação, a cena de conteúdo sexual fica liberada — ela só viola as normas da rede social se o conteúdo for publicado em vídeos ao vivo, na imagem de capa ou na imagem de perfil do usuário. Consultado, o Twitter disse que “eventuais violações estão sujeitas às medidas cabíveis”.

    Após a publicação do presidente da República, o assunto tomou conta das redes sociais nesta quarta-feira, 6. Há pedidos de impeachment por falta de decoro, mas também demonstrações de apoio. A hashtag #ImpeachmentBolsonaro virou líder entre os tópicos mais comentados do Twitter no Brasil, seguida por #goldenshowerpresident, mas também disputam os trending topics #BolsonaroTemRazão e #VergonhaDessePresidente. No Twitter mundial, #goldenshowerpresident apareceu em terceiro lugar. A expressão “golden shower” (que denomina o uso erótico do ato de urinar) ganhou destaque porque Bolsonaro, já na manhã desta quarta, também publicou a pergunta “O que é ‘golden shower?'”.

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    Para além das redes

    A lei 1.079, que dispõe sobre os crimes de responsabilidade, inclui entre os crimes contra a probidade na administração “proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”.

    O vídeo postado por Bolsonaro foi gravado na segunda-feira, 4, em um bloco de São Paulo chamado Blocu. Integrantes do bloco defendem que se tratou de uma cena isolada, ocorrida fora da aglomeração na região central da capital paulista.

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