Mais de duas horas depois que o público pôde começar a entrar no velório da ex-primeira-dama Marisa Leticia, a fila segue grande e se estende para além do quarteirão do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, localizado emSão Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo.
No início da cerimônia, que foi aberta ao público por volta das 11h, cada pessoa que passava era cumprimentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ficava ao lado do caixão da esposa. Por volta do meio-dia, Lula deu lugar ao ex-ministro Gilberto Carvalho e a fila começou andar mais rapidamente. Muitas mulheres traziam flores nas mãos. Algumas pessoas choravam, outras relembravam histórias de Marisa.
Vindo de São Paulo, o microempresário Enoque Calvalcante, 68, demorou cerca de uma horas para conseguir ver o corpo de Marisa. De camisa vermelha em homenagem ao PT, ele contou que como professor de sindicalismo, conviveu com a ex-primeira-dama no final dos anos 70 e início dos 80. “Comi muita sopa de chuchu preparada por ela. Foi uma grande mulher, corajosa e lutadora”.
Jorge da Silva, sindicalista de 61 anos, saiu pela manhã do Jardim Ângela, na zona sul de São Paulo, para prestar suas homenagens. “Vim ser solidário com o companheiro Lula. Acho dona Marisa não suportou a pressão das agressões”.
Para as 15h estava marcada uma cerimônia privada de cremação de Marisa Leticia, que, contudo, deve atrasar.