Em convenção realizada neste sábado, 20, o União Brasil manteve a indefinição sobre o posicionamento na eleição para a Prefeitura de São Paulo. O partido adiou o anúncio sobre o apoio à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB) ou lançamento de candidatura própria.
Os membros da legenda votaram para que a decisão seja tomada pela executiva municipal, comandada por Milton Leite, principal cacique do União na capital paulista e presidente da Câmara Municipal. O partido tem até o dia 15 de agosto, data limite para o registro das candidaturas. A convenção do MDB, que oficializará a candidatura de Nunes, está marcada para 3 de agosto.
Após o evento desta manhã, Leite informou a jornalistas que impôs condições para apoiar Nunes, incluindo a criação das Secretarias de Proteção dos Mananciais, de Defesa dos Animais e a eletrificação total da frota de ônibus. Ele se reuniu com o prefeito na sexta, 19, e afirmou que a relação entre eles “melhorou 90%”.
No início do mês, Leite disse que tinha “grandes problemas” com a gestão municipal. As críticas ocorreram após dirigentes nacionais do União se aproximarem de Pablo Marçal, pré-candidato do PRTB nas eleições de São Paulo. O clima com o prefeito também piorou após a indicação do ex-coronel da Polícia Militar, Ricardo Mello Araújo, aliado de Jair Bolsonaro, para ser candidato a vice de Nunes. O partido esperava integrar a chapa, mas foi preterido pelo PL.
Nesta semana, uma ala do União ameaçou lançar o próprio Leite à prefeitura de São Paulo. Um dos filhos dele, o deputado federal Alexandre Leite, publicou nas redes sociais uma foto com a silhueta do pai e a pergunta: “Prefeito, será?”. Apesar disso, o deputado federal Kim Kataguiri ainda se coloca como o nome oficial do partido na capital paulista. Ele lançou a pré-candidatura em janeiro, mas tem apenas 3% das intenções de voto, segundo as últimas pesquisas.