O presidente americano, Donald Trump, autorizou na noite de quinta-feira (madrugada de sexta-feira no Brasil), 20, em Washington, uma ação militar contra o Irã em retaliação ao drone que foi abatido fela Guarda Revolucionária Iraniana no Golfo de Omã pela manhã. porém, segundo o jornal americano The New York Times, logo após autorizar os ataques, Trump recuou da decisão.
A decisão veio após uma reunião convocada pelo presidente com o alto escalão do governo e líderes congressistas na Casa Branca. Segundo o jornal, às 7 da noite já se era esperado que Donald Trump autorizaria a ação militar. Ainda não se sabe o motivo que levou Trump recuar da decisão.
Segundo o NYT, os alvos eram baterias de mísseis e radares ao longo da costa do Irã, e a operação foi cancelada no momento em que aviões militares já estavam no ar e os navios já se encontravam em posição para iniciar o ataque.
Duas horas antes de ser autorizada o uso da força, a Administração Federal de Aviação (FAA), agência que regula o tráfego aéreo dos Estados Unidos, proibiu que voos que tivessem como rota o Golfo de Omã “devido a atividade militar e o aumento das tensões políticas na região”.
O ataque ao drone
Um drone americano modelo RQ-4A Global Hawk, desarmado e destinado a coletar informações no Golfo de Omã, foi abatido na madrugada desta quinta-feira, 20, segundo a mídia estatal iraniana e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
Segundo a Agência de Notícias da República Islâmica (IRNA), o drone, que entrou em águas iranianas em modo furtivo para realizar ações de espionagem, foi abatido às 4h05 da manhã (horário local). Em nota, o Pentágono reconheceu o ataque, mas contesta a alegação de que o equipamento militar teria adentrado no território do Ir. Para o governo americano, o avião estaria “operando em águas internacionais”.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse, no Twitter, que o Irã “cometeu um grande erro”, elevando os temores de que a represália seria por via militar.
Mas Trump conversou com jornalistas pela manhã enquanto se encontrava com o primeiro ministro canadense Justin Trudeau. Quando questionado sobre o abate do drone, ele minimizou o ocorrido dizendo que, provavelmente, quem atacou foi um “general ou alguém que errou ao decidir atirar no drone” e que esta pessoa foi “distraída e estúpida” ao fazer isso.
O Irã, por outro lado, se defendeu através do ministro das Relações Exteriores, Javad Zarif. No Twitter, Zarif escreveu as coordenadas de onde o drone fora abatido e que levaria o caso à ONU. Completou a mensagem dizendo que o país não queria guerra, mas que estaria preparado para “defender nosso céu, terra e mar”.
Por causa da tensão, os EUA proibiu que voos comerciais do país entrem no espaço aéreo controlado pelo Irã no Golfo Pérsico e no Golfo de Omã “até nova ordem”. “O risco para a aviação civil dos Estados Unidos fica demonstrado pelo míssil terra-ar iraniano que abateu um sistema americano não tripulado”, afirmou a Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos.
O abate do drone é mais um episódio da escalada de tensões entre Estados Unidos e Irã desde a retirada americana do acordo nuclear em 2018. Em um ano, o governo Trump restituiu as sanções pré-acordo e aplicou novas em março, além de enviar mais tropas americanas na região. Como consequência, diversos ataques a navios petroleiros ocorreram no Golfo de Omã tendo o Irã como principal suspeito, mas que alega inocência.
(Com AFP)