O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quinta-feira, dia 11, que o estado vai entrar na chamada “fase emergencial” num período de 15 dias. Isso significa um endurecimento nas medidas de isolamento previstas na faixa vermelha do Plano São Paulo. São elas: toque de recolher entre 20 e 5 horas, suspensão de jogos de futebol e celebrações religiosas, veto ao uso de praias e parques, e o fechamento parcial das escolas estaduais. As medidas começam a valer no dia 15 de março e vão até o dia 30.
O governo Doria também baixou a recomendação para um escalonamento no horário de entrada dos trabalhadores da indústria, serviços e comércios para evitar aglomerações no transporte público, que segue operando normalmente. “É importante esclarecer: nós não estamos decretando lockdown em São Paulo. É uma fase emergencial mais dura e mais restrita”, disse o governador. Sobre o toque de recolher, haverá “blitz educativas” para orientar os cidadãos que estiverem na rua durante os horários definidos – não há previsão de multas.
O estado mais rico e estruturado do Brasil enfrenta o seu pior momento na pandemia, com recordes seguidos de mortes por Covid-19 (ontem, foram contabilizados 469 nas últimas 24 horas). Mais de 50 municípios já registram 100% de ocupação de leitos de UTI e a taxa no estado todo está em 87%.
“Os nossos hospitais estão começando a comprometer e vários deles já estão comprometidos. Nosso estado vive a maior crise sanitária de todos os tempos. Nem a gripe espanhola assolou tantas vidas como a Covid-19 em nosso meio”, disse o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, destacando que a restrição não irá durar tanto tempo como no ano passado. “Nunca pedimos com tanto clamor. Temos que garantir o nosso maior patrimônio, a nossa vida e a dos nossos filhos”, acrescentou.
Segundo o governo paulista, a situação é alarmante: há hoje 9.184 pacientes internados em UTIs para Covid-19 no estado, 47% a mais do que o registrado no ápice da pandemia no ano passado.“Se não aumentarmos o isolamento, muita gente vai morrer. Muita gente com plano de saúde não vai ter leito nos hospitais privados. Empreendedores de sucesso morrerão, assim como trabalhadores informais, pessoas da classe média, todas”, declarou o secretário-executivo do Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo, João Gabbardo.