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Só reforma da Previdência não eleva nota de investimento, alerta Fitch

Diretor da agência de risco no Brasil afirma que é necessário mais do que as mudanças no sistema previdenciário para que país atinja equilíbrio fiscal

Por Reuters 16 Maio 2019, 11h52
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  • A reforma da Previdência é decisiva para o equilíbrio fiscal brasileiro mas não é suficiente para estabilizar o endividamento ou levar a uma revisão de nota positiva do país, alertou nesta quinta-feira, 16, o diretor-executivo da agência de classificação Fitch Ratings no Brasil, Rafael Guedes.

    “Falamos que a reforma previdenciária é a mais importante, é a mãe das reformas, mas de maneira nenhuma é suficiente para levar o Brasil a um patamar de estabilização do seu endividamento ou até mesmo a uma revisão de rating positiva”, disse ele durante evento da Fitch em São Paulo.

    “A reforma previdenciária é extremamente importante, mas temos que fazer mais reformas. Ela é somente o começo de uma agenda que tem que ser perseguida, seja por esse ou qualquer governo”, completou.

    A última ação de rating da agência para o Brasil foi em 1º de agosto de 2018, quando reafirmou a nota atribuída ao Brasil em “BB-“, com perspectiva estável. Com essa nota, o país está três degraus abaixo da faixa chamada de grau de investimento, considerada de baixo risco.

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    Para a diretora sênior do Grupo Soberano da Fitch para América Latina, Shelly Shetty, incertezas e divisões no Congresso são obstáculos em um momento delicado para a economia do país. “Dados recentes mostram que o crescimento do Brasil não decolou, e o principal risco para o desempenho econômico é a decepção com agenda de reformas”, disse ela em vídeo mostrado durante o evento.

    “A agenda de reformas é positiva, mas incertezas sobre o momento e a fragmentação do Congresso são obstáculos”, completou. Shelly ainda destacou que o Brasil passa por recuperação moderada em um contexto de forte recessão, e que a expectativa da agência é de expansão abaixo de 2% neste ano.

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    Indicadores em queda

    As projeções de crescimento para o Brasil vêm sofrendo sucessivas reduções. A mais recente pesquisa Focus realizada semanalmente pelo BC junto a uma centena de economistas mostrou que a estimativa para a atividade neste ano é de crescimento de 1,45 por cento, mas alguns analistas já veem uma taxa abaixo de 1%.

    O ministro da Economia, Paulo Guedes afirmou em audiência pública na comissão mista de Orçamento do Congresso Nacional que a projeção de crescimento do governo para a economia neste ano caiu para 1,5%. Antes, o governo chegou a trabalhar com 2,7% de crescimento da economia em 2019.

     

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