O setor público consolidado registrou superávit primário de 46,9 bilhões de reais em janeiro, segundo divulgou o Banco Central nesta quarta-feira. É o maior resultado desde o início da série histórica, em 2001. O dado representa a diferença entre o que a administração pública do país arrecadou e o que gastou no período, sem levar em conta os juros para pagamentos da dívida.
No ano, a meta é de fechar as contas com um rombo de até 161,3 bilhões de reais. Em 2017, o governo registrou déficit pelo quarto ano seguido, de 110,6 bilhões de reais. Quando há rombo nas contas públicas, o governo precisa aumentar sua dívida para fazer pagamentos, o que faz com que os juros básicos (a taxa Selic) subam.
O resultado de janeiro foi composto de superávit de 36,5 bilhões de reais do Governo Central (Tesouro, Previdência e Banco Central), e de 10,5 bilhões de reais dos governos regionais (estados e municípios). As empresas estatais, sem contar Petrobras e Eletrobras, registraram deficit de 126 milhões de reais no mês.
Para Fabio Klein, economista da consultoria Tendências, o resultado positivo em janeiro ocorreu principalmente por causa da arrecadação federal de impostos. Esse item cresceu 10,7% acima da inflação em relação a janeiro anterior, segundo divulgou o Tesouro na última terça-feira.
As despesas subiram 1,6%, mas esse patamar não deve se sustentar ao longo do ano, segundo o especialista. “Nada impede que o governo impulsione mais os gastos, respeitando o temo, ‘surfando’ no aumento dos impostos”, considera.