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Rogério 157 ficará em presídio federal com Nem, seu rival

Preso em dezembro, ex-chefe do tráfico da Rocinha irá para penitenciária em Rondônia, que já abriga seu antecessor; disputa deflagrou guerra na favela

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 19 jan 2018, 15h34 - Publicado em 18 jan 2018, 16h57
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  • Ex-chefe do tráfico na Rocinha, o traficante Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, será transferido para a Penitenciária de Porto Velho, em Rondônia, na região Norte do país. Ele foi capturado pela polícia em dezembro do ano passado, depois de três meses de buscas em favelas do Rio de Janeiro. Era um dos bandidos mais procurados do estado, pela polícia e pelas Forças Armadas.

    A 20ª Vara Criminal da Capital já havia autorizado a transferência para um presídio federal pelo prazo inicial de 360 dias em dezembro. A solicitação era da Secretaria de Segurança Pública e do Ministério Público estadual. “A transferência agora ficará por conta da secretaria e demais órgãos responsáveis”, informou o Tribunal de Justiça. O objetivo é afastar Rogério de suas conexões com o crime e evitar conflitos armados no Rio.

    O traficante foi um dos protagonistas da guerra da Rocinha, iniciada em setembro, pela posse ou retomada de pontos de venda de drogas. Foram muitos dias de tiroteios, que só cessaram com a presença das Forças Armadas e da polícia. Moradores ficaram presos em casa, sem poder sair para trabalhar e mandar os filhos para a escola. Esta semana, eles voltaram a relatar trocas de tiros incessantes.

    Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, também está preso em Rondônia. Ele era o “número 1” antes de Rogério, e perdeu o domínio da favela ao ser preso, em 2011. Em agosto de 2017, Nem determinou que Rogério saísse do “comando” do morro, mas ele se negou, daí a invasão.

    Antes de Nem e Rogério, outros “chefes” se revezaram no controle do lucrativo comércio de entorpecentes da favela, uns de perfil assistencialista, com maior aceitação pela população, outros mais violentos. Todos calcados nas relações promíscuas com a polícia.

    A “tradição” começou nos anos 1980, com Denir Leandro da Silva, preso em 1987, mas influente até ser morto, em 2001, dentro do presídio de Bangu 2. Na ocasião, a favela amanheceu com bandeiras pretas estendidas nas vias e comerciantes fecharam as portas.

    Entre a Gávea, bairro de artistas, e São Conrado, terra dos condomínios fechados, e à beira de uma via que leva à Barra da Tijuca, a Rocinha da virada para os anos 1990 já era um entreposto de venda de maconha e cocaína, ao qual consumidores do “asfalto” recorriam sem dificuldade.

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