Um dia após o site de viagens Decolar divulgar um levantamento mostrando que São Paulo é a capital mais procurada no Carnaval em 2020, a Prefeitura do Rio de Janeiro saiu em defesa da Cidade Maravilhosa e compilou três levantamentos que põem em xeque a pesquisa. Por meio da Riotur, o governo municipal distribuiu um documento que engloba três levantamentos e que mostra o Rio como líder da preferência dos turistas nesta época do ano – apesar de ter recebido 1,6 milhão de visitantes em 2019, enquanto o vizinho paulista atraiu 14 milhões de turistas.
O texto do documento reúne dados do Airbnb, site de aluguel de imóveis por temporada, da Kayak, plataforma mundial de planejamento de viagens, e do Voopter, aplicativo que compara preços de passagens aéreas e promoções. Em todos, o Rio mantém a majestade e deixa São Paulo comendo poeira.
Segundo o Airbnb, Copacabana, Ipanema, Barra da Tijuca, Leblon e Botafogo são os bairros mais procurados no Brasil entre os dias 22 e 26 de fevereiro, ou seja, durante a folia de Momo. Já a plataforma Kayak coloca a capital fluminense na liderança do ranking de destinos brasileiros mais desejados – ainda que ocupando a 10º posição na lista dos mais baratos, perdendo para São Paulo, o líder da categoria. Enquanto isso, o app Voopter mostra o Rio como o destino mais procurado no Carnaval, seguido por Salvador, Recife, São Paulo e Belo Horizonte. Ponto para o Rio.
A batalha protagonizada pelo eixo Rio-SP é, claramente, uma demonstração de que ambas as cidades querem atrair não apenas os turistas, mas principalmente o dinheiro movimentado por eles. Segundo a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, o evento deste ano deve receber 15 milhões de pessoas e movimentar R$ 2,6 bilhões de reais na cidade. Já a expectativa da Riotur é que a folia carioca reúna 2 milhões de turistas e movimente R$ 4 bilhões de reais.
Não é de agora que o Rio, tradicional reduto da folia, se vê em meio a uma polêmica carnavalesca. No último ano, a passarela do samba carioca virou alvo de uma disputa entre o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) e o governador Wilson Witzel (PSC). Crivella, que não é entusiasta da festa, ganhou a melhor. Desde o início de sua gestão, as escolas de samba do Grupo Especial viram os recursos da Prefeitura caírem drasticamente. O montante saiu de 20 milhões em 2017 (valor estabelecido ainda no governo do ex-prefeito Eduardo Paes) para 0, em 2020.
O prefeito Bruno Covas (PSDB), entretanto, decidiu ir na contramão dos cariocas e investir pesado nas escolas de samba do Grupo Especial. O valor pago para cada agremiação foi de quase 2 milhões de reais para este ano, totalizando quase 18 milhões de reais para as 14 escolas. Enquanto as duas capitais disputam a preferência dos foliões, são os visitantes que saem ganhando.